11/04/08

2007/08 - INFANTIS A

Esta foi uma época de características próprias, em que foi necessário criar uma estrutura própria para sustentar a própria estrutura. Este foi como o ano zero para o Escalão de Infantis, com necessidade de empenhamento, envolvimento e organização em escala total. A Época teve início tardio, mas foram criadas condições de funcionamento, através da promoção de um projecto que envolveu a organização integrada para as duas equipas de infantis – A e B.

Projecto autónomo de auto-suficiência para o Escalão de Infantis, que previa a constituição de um grupo de trabalho, com equipas técnicas, com delegados/dirigentes, com assistência médica e apoio suplementar. A constituição de um grupo de trabalho de apoio, com envolvimento de todos os encarregados de educação, quer na angariação de fundos, quer na disponibilidade de fornecimento de alimentos e transportes, quer no envolvimento e no empenho em todas as causas e em todos os jogos. No apoio de toda a estrutura do SC Farense, nomeadamente do responsável pelo futebol juvenil, das actividades administrativas e dos técnicos de equipamentos.

O Facto é que o projecto foi cumprido, quer em termos organizativos, de apoio, de empenhamento e desportivos. Foi uma época da vitória das vontades e do empenho contra o conformismo e a desistência. O SC Farense vai estar na 1.ª Divisão na próxima época, facto que qualifica as apostas efectuadas, nomeadamente a mudança de séries, o trabalho realizado e o envolvimento de todos.

Desportivamente, e objectivamente relacionada com a equipa A, mais uma vez teríamos de enfrentar os desafios da 2.ª Divisão, quando tínhamos criado equipa, condições e expectativas para uma forte campanha na 1.ª Divisão desta época. Parece sina minha, mas é curioso que só acontece comigo nos últimos anos. Preparo uma equipa para 2 anos, e temos de enfrentar competições em que não nos propusemos.

Depois, fruto de competir em divisão secundária e por razões diversas, 2 jogadores influentes no sete (Fernando Nóbrega “Júnior” e Gabri) e um 3.º jogador influente no doze (Gianni), decidem por outras equipas, isto para além de outros que não regressam para esta época (Ex.: João Santos), outros que desistem (Ex.: Marco Bento e Diogo Morais) e outros sem explicação (Ex.: João Campina).

Juntando a estes imponderáveis, o início tardio da preparação da nova época e as dificuldades inesperadas em construir uma estrutura técnica para as duas equipas do escalão, faziam prever dificuldades acrescidas, para quem tinha como objectivo fazer regressar o Clube à 1.ª Divisão.

O meu objectivo foi criar um grupo forte, cimentado no trabalho desenvolvido anteriormente, e na aposta da evolução natural dos elementos disponíveis, incentivando níveis de auto-estima e trabalho progressivo de exigência competitiva. Isto, em obediência a princípios fundamentais: criar jogadores, criar rotinas posicionais, preparar os praticantes para patamares de maior exigência, e antecipar a integração no fute.11. No fundo, o “comboio” para o futuro.

A equipa cumpriu os objectivos, mas através de serviços mínimos, considerando as suas capacidades. Assegurou o segundo lugar, que deu acesso á subida, mas ficou o amargo de não termos atingido os objectivos propostos internamente. É preciso reconhecer a qualidade dos adversários e uma série complicada, tal como é preciso não esquecer as nossas potencialidades e as nossas limitações. Mas, objectivamente, a missão estava cumprida e o comboio apitou definitivamente.

Para conhecimento fica o registo estatístico individual:


MAIS VEZES CONVOCADO:
Ricardo Chumbinho (12)
Rafa (12)
João Caninas (12)
André Águas (12)
Bruno Novais (12)

MAIS VEZES NO SETE INICIAL:
Ricardo Chumbinho (12)
Tiago Mendonça (11)
Rafa (11)
João Caninas (10)
André Águas (9)

MAIS VEZES MELHOR JOGADOR:
Tiago Mendonça (4)
Manuel Caldeira (3)
Adriano Almeida (2)
André Filipe Pedro (2)

MELHOR MARCADOR:
Tiago Mendonça (16)
Manuel Caldeira (7)
Pedro Martins (6)
Adriano Almeida (5)
Bruno Novais (4)


Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta campanha:


Ricardo Chumbinho (Guarda-Redes titular sem competitividade interna para aferir evolução e sem competição para mostrar qualidades. Jogador a precisar de força de vontade, antes de aferir qualidades.);
Pedro Vicente “Pepo” (Jogador de irreverências com potencial vincado. Nesta época prejudicado por lesões que atrasaram processos, não permitiram a evolução desejada. Antes de tudo é preciso enquadrar o modo como encara a competição. Elemento com características de extremo direito com capacidade de cobertura. Precisa de manter elevado e constante o seu rendimento. As suas capacidades não se confirmaram pelos motivos adiantados. Mas as potencialidades continuam lá);
Pedro Martins (Jogador com características indefinidas e que obrigam a trabalho de evolução. Utilizado como avançado e médio de cobertura/distribuição, cumpriu com o exigido. Pessoalmente, tinha uma aposta de afirmação mais concreta, mas é preciso dar tempo a quem precisa de tempo. Como avançado, como gosta de jogar, foi eficaz em fases terminais de jogo, mas é preciso que o seja em tempo inteiro. Excelente como pessoa, só precisa de continuidade para descobrir o seu caminho. Continua a rematar, porque sem remates não há golos.);
Manuel Caldeira (O Grande Capitão, jogador com características de liderança, disciplinado tacticamente e pedra basilar na estrutura da equipa. As minhas expectativas registadas na época anterior foram satisfeitas. Lesões extras prejudicaram uma época de evolução e a equipa pela sua ausência. As suas características técnicas, atléticas e tácticas fazem antever resultados positivos. Nesta época foi fundamental e a equipa acusou a sua ausência. Para além de todo o seu potencial, registo a sua maturidade intelectual.);
Rafael Ramos “Rafa” (Falar do Rafa é falar de utilidade, disciplina táctica, raça e empenho. Mas esta época não manteve o seu padrão: a regularidade. Por outro lado esteve disperso em emoções que tiram discernimento e qualidade nas acções. A sua evolução foi lenta esta época, mas manteve as suas características.);
Rudi Barreto (Avançado de eficácia em raio de acção reduzido que tínhamos apostado em recuperar esta época. O seu pouco empenho, a sua desmotivação fácil, a falta de assiduidade aos treinos e a falta de resultados práticos em termos de produtividade, reduziram as possibilidades de uma evolução esperada.);
André Águas (Tentamos trabalhar por cima do que se tinha feito na época transacta e a sua resposta foi positiva. Inteligente, disciplinado e prático, aproveitou oportunidades para evoluir em todas as vertentes. Faltou confiança nas suas potencialidades para anular determinadas deficiências para o lugar específico de central único.);
João Caninas (Avançado em mobilidade, disciplinado, com utilidade como lateral (Extremo). Versatilidade, velocidade pura, agilidade, técnica em construção e alguma ingenuidade. Este elemento foi tudo isto, mas ficou longe do que podia ter feito. Como avançado não marcou os golos esperados e isso condicionou toda a época. Distraído, sem confiança e incomodado com a ineficácia, resguardou-se na eficácia em outras posições, retirando profundidade ao seu jogo e ao jogo da equipa. Foi extremamente útil em posições como distribuidor e recuperador, mas perdeu a orientação para a sua posição de eleição. Esta época tivemos um “outro” Caninas.);
Bruno Novais (Lateral direito de grande utilidade e eficácia. Disciplinado tacticamente, velocidade de execução e de recuperação. Esta foi uma boa época com melhorias em termos de eficácia ofensiva e de polivalência.);
André Filipe Pedro (Jogador polivalente utilizado como central, trinco e distribuidor. Grande capacidade de trabalho e eficácia nas funções atribuídas. Dificuldades no controlo de emoções que prejudicam concentração. Uma paragem inesperada, retirou a possibilidade de um campeonato que prometia. Mesmo assim, uma época satisfatória de um elemento que gosta de trabalhar e de dominar o jogo, mas que tem dificuldades em dominar a sua irregularidade emocional. Sem quebras foi um jogador fundamental no equilíbrio colectivo.);
Tiago Mendonça (Jogador polivalente, de grande qualidade, de grande maturidade futebolística e muito importante na estrutura da equipa. Utilizado como distribuidor e avançado, foi essencialmente uma mais valia em termos de produtividade ofensiva. Contrariamente ao evidenciado na época anterior, o Tiago não mostrou disponibilidade para ser o “box to box” de elevada eficácia. Insistiu na posição ofensiva, talvez devido á ineficácia colectiva nessa vertente, mas com isso promoveu desequilíbrios na estrutura colectiva que teve reflexo no seu jogo e no jogo da equipa. Um jogador fundamental.);
Adriano Almeida “Adry” (Elemento em estreia (esteve connosco a época passada sem poder jogar) no plantel com resposta positiva. Inteligente, disciplinado tacticamente e de extrema utilidade. Foi utilizado em funções como lateral e distribuidor com a mesma eficácia colectiva. Um elemento muito importante na época.);
Pedro Contreiras (Elemento em estreia no plantel com resposta positiva. Lateral esquerdo, com apuro técnico, muita vontade e empenho. O prazer de jogar e defender o seu prazer ultrapassa tudo o resto. Elemento que se viu confrontado com concorrência que lhe retirou a possibilidade de ser extra numa primeira época. Tem tudo para se transformar e vontade não lhe falta. Tem todo o tempo do mundo para ser o que deseja.);
Ruben Sagna (Elemento em estreia no plantel com resposta possível. Elemento sem escola que se viu confrontado com ritmos competitivos que não estava habituado ou preparado. Muito esforço e muita força de vontade que permitiram evoluir, mas lenta e naturalmente. Este foi o início de um processo que esperamos tenha continuidade.);
André Cabrita (Elemento em estreia no plantel com resposta possível. Elemento prejudicado pela falta de assiduidade aos treinos e por inscrição tardia. Elemento com potencialidades que ele próprio desconhece. Quando apostar seriamente na competição vai descobrir a sua utilidade e as suas qualidades. Jogar a bola, não é o mesmo que jogar futebol. Só tenho pena de não ter tido 2 anos de trabalho efectivo com este elemento.);
Igor (Elemento cujo esforço e dedicação merecem o meu mais interessado apoio. No entanto, a evolução verificada não chegou para competir com os seus companheiros de posição. Não desistir é a sua melhor virtude, com o tempo poderá vincar outras virtudes.)

ETaylor

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