12/09/07

2004/05 - INFANTIS A














De regresso á competição, agora com nova experiência: a 2.ª Divisão. As potencialidades da equipa permitiam esperar um campeonato tranquilo e consequente subida. Eu, nesta altura, preocupava-me mais com os níveis competitivos que esta divisão podia oferecer, para que a equipa pudesse crescer em termos qualitativos e que pudesse fazer uma integração capaz no escalão seguinte. Ou seja, os iniciados e o futebol de 11.

Confesso que tudo o que tinha planeado, não se concretizou. Esta equipa revelou potencialidades para lutar pelo título na 1.ª Divisão, mas acabou por não conseguir subir de divisão, pelos pormenores que promovem as diferenças.

Mas comecemos pelo princípio. No campo, continuava com o apoio do Prof. Pedro Filipe, e agora com o Dirigente Marco Ramos.

Mantivemos todos os jogadores da época anterior e ainda contamos com o reforço de José Azevedo e Ivo Moreno, provenientes dos A’s (mas com idade de B’s) e ainda novos valores provenientes da captação, como o André “Vina” e o André Afonso

A equipa mantinha qualidade técnica, apresentava soluções e estava preparada para os desafios que pudessem surgir. Talvez demasiado confiante nas suas possibilidades que as facilidades ajudaram a cimentar.

Muito depressa constatamos que a competição neste grupo (Barlavento) se encontrava demasiadamente desequilibrada e que seria disputada apenas por 3 equipas: Armacenenses (Equipa realmente muito forte), Lagoa e o SCFarense, e que tudo seria decidido por pormenores.

No fundo, estivemos a fazer jogos-treino ao longo da época, para disputar 4 jogos, realmente competitivos. Naturalmente, este facto estagnou a evolução dos atletas, e o segundo objectivo da época ficou claramente prejudicado ou condicionado, na medida em que não conseguimos níveis competitivos de suporte para a sua integração no escalão seguinte. A Equipa marcou mais de 158 golos e sofreu 18.

Mas a equipa também falhou no seu principal objectivo: a subida de divisão. Costumo dizer aos meus atletas que as acções individuais podem ser efectuadas, desde que não sobrecarreguem de trabalho os restantes companheiros. A nós competia-nos subir de divisão e deixamos esse fardo para a equipa seguinte.

Vamos aos pormenores. Eram 3 candidatos para 2 lugares. Fomos empatar a Lagoa 1-1 (Com um golo invalidado no ultimo minuto) e empatamos em casa com o Armacenenses (3-3, num jogo memorável). Na segunda volta, não conseguimos suportar o “peso” do jogo e perdemos em Armação de Pêra (4-1). Restava o jogo com o Lagoa em casa, na última jornada, em que o empate servia para subir, já que tínhamos a vantagem de 1 ponto. Era daqueles jogos que eu mais temia e que tudo fiz para evitar, porque tudo podia acontecer e… aconteceu.

Foi um jogo de sentido único, de domínio, de ocasiões desperdiçadas e golos salvos, de penalty falhado e um golo sofrido. Ou seja, não subimos por um mísero golo mais que justificado, mas o Lagoa subiu com uma vitória crucial (0-1) e honra aos vencedores.

No fundo, durante uma época, falhamos no único jogo em que não podíamos falhar. E esta equipa merecia outra história. Pessoalmente, foi uma derrota marcante, em que me apeteceu abandonar o futebol. Não pela derrota, mas pela injustiça do futebol.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa:

Vítor Rodrigues (Guarda-Redes com características e vocação para o lugar. Elemento a acompanhar de muito perto.);
Rudi Pereira (Elemento com progressão algo lenta, muito pela forte concorrência que teve de enfrentar. Força de vontade nunca lhe faltou.);
André Custódio (Teve um crescimento meritório, mas sem conseguir níveis indiscutíveis. Faltou-lhe sempre auto-estima e confiança, por mais que lhe fosse concedida e trabalhada. Tem o futuro para corrigir.);
Tiago Silva (Excelente comportamento e atitude. Foi sempre prejudicado por aspectos físico/atléticos, nunca por técnico/tácticos. Foi competente em todas as chamadas. );
Pedro Gonçalves (Elemento de futebol prático e objectivo. Características defensivas, velocidade de recuperação, iniciativa de jogo, frieza nas actuações, versatilidade. Egocêntrico e pouco emocional. Bons níveis de resistência e força. Bom remate em potência e colocação e rapidez de execução. Jogador nuclear com influência colectiva. Utilizado como Central, Distribuidor e Avançado. Elemento importante na recuperação e transição de jogo, bem como nos desequilíbrios ofensivos.);
Ruben Marcelo (Capacidade de adaptação a diversas posições, bons níveis de velocidade e agilidade. Grande determinação e vontade de evoluir. Época dentro das previsões, mas faltaram pormenores. Jogador de grande disponibilidade, jogou a Lateral Esquerdo, Central, Distribuidor e Avançado fixo.);
João Grelha (O seu futebol assenta na velocidade, rapidez de execução, técnica individual e objectividade. A melhor posição será de extremo direito ou avançado em movimento. Bom remate em potência mas com reparos (Não é Grelha?). Instintivo na zona de finalização. Titular com rendimento elevado. Finalizador com bom início de época, altura em que fez a diferença. Utilizado como Avançado fixo e Extremo ou Lateral.);
Nasser Larbi (Elemento com características e eficácia defensivas, disciplina táctica, bem na marcação individual, jogo aéreo razoável, grande espírito de sacrifício e excelente comportamento. Esta não foi a competição ideal para confirmar evoluções. Utilizado como lateral esquerdo.);
Bernardo Madeira (Elemento com grande capacidade de trabalho, bons níveis de exigência competitiva, regularidade competitiva, disciplina táctica e adepto do futebol colectivo. Grande eficácia na recuperação de bola e inteligência na sua distribuição. Jogador com características de trinco com evolução notória na condução e passe. Titular com rendimento elevado. Jogador fundamental no equilíbrio estrutural da equipa e na disciplina táctica colectiva. Desenvolvimento físico e técnico adequado. Utilizado como trinco.);
Nicolau Cardoso (Elemento com facilidade em jogar com os dois pés, bom jogo aéreo, compleição física extra para a idade, disciplina táctica, visão e inteligência de jogo, bom remate em potência. Elemento importante na estrutura da equipa, mas que não teve participação em fases importantes da prova devido a motivos “que só nós sabemos”. Não esteve presente no ultimo jogo. No entanto, notou-se evolução técnica e táctica relativamente á época anterior, tanto que transitou de avançado fixo para médio de distribuição.);
Ricardo Veloso (Bons níveis de resistência e velocidade. A Técnica da velocidade para superar diversos factores e objectividade. Características de Extremo ou avançado em mobilidade. Titular com rendimento elevado. Utilizado como lateral direito, extremo e avançado liberto. Elemento importante na transição de jogo e na exploração de espaços, onde a sua velocidade fez a diferença. Condicionado pelo deficiente nível competitivo da prova, não trabalhou níveis de exigência, que vai ter de enfrentar no próximo escalão. As suas potencialidades e características pediam mais competitividade.);
Fábio Rosário (Elemento com boa técnica individual, visão e inteligência de jogo, potência, colocação e técnica de remate. Jogo aceitável em termos defensivos. Elemento importante na estrutura da equipa, mas que não conseguiu oferecer qualidade técnica nas quantidades necessárias e que as suas capacidades exigiam. “Andas a comer hamburguers Pablo ?”. Se não ultrapassa-se os 40/45 Kg, seria um jogador extraordinário neste escalão. A falta de competitividade da prova e as sucessivas paragens também não contribuíram. Utilizado como distribuidor e recuperador. O futuro só depende dele.);
“Zé” Azevedo (Proveniente da equipa A - Falso lento com grande sentido de posição e disciplina táctica, boa marcação individual, bem a recuperar e transportar jogo. Elemento versátil com facilidade de adaptação a várias posições. Época muito positiva. Início lento sem grandes evidências, melhorias graduais com o desenrolar da prova. Utilizado como lateral direito, trinco e médio ofensivo. Mais um jogador que merecia outra “competição”.);
Ravel Carvalho (Elemento voluntarioso, empenhado, generoso e disponível. Rapidez de execução, velocidade aceitável, espírito de sacrifício e disciplina táctica. Grande capacidade de superação e auto-motivação. Elemento com uma época de paragem que condicionou a sua evolução. Campanha com diversas ausências. Utilizado como lateral esquerdo.);
Ivo Moreno (Proveniente da equipa A - Boa técnica individual, esquerdino com grande capacidade de desequilíbrios, capacidade de remate (Potência, colocação e técnica), futebol com objectividade apesar da sua técnica individual. Época acentuadamente irregular para um elemento com o seu potencial. “O que te sobra em técnica deves transferir para o empenhamento, não é Ivo?”. Utilizado como extremo com responsabilidade de cobertura do corredor e distribuidor.);
André “Vina” (Proveniente da Captação - Boa técnica individual, polivalência, velocidade, mobilidade, disciplina táctica, boa recuperação defensiva. Capacidade de remate (Potência, colocação e técnica). Bons níveis de concentração, disciplina e mentalidade competitiva. Um dos elementos com rendimento elevado. Jogador com início tímido que terminou como jogador chave devido á sua polivalência. Utilizado como Central, Trinco, Lateral e Avançado fixo. Jogador importante no preenchimento de vagas e pelo espírito competitivo apresentado.);
André Afonso (Proveniente da Captação - Boa técnica individual, bons resultados nos duelos (1x1), facilidade e colocação do remate com ambos os pés. Época em crescendo, mas sem conseguir uma afirmação consistente devido á sua indisciplina de jogo. Em determinados jogos revelou grande potencial, sem dar regular sequência. Utilizado como extremo esquerdo ou avançado fixo. Faltou “escola” ao seu futebol, mas vai adquirir.);

Refiro ainda: Celso Teixeira, Fábio Carmo, Miguel Magalhães, João Jóia, Álvaro

Legenda: Foto em cima (O tal jogo da ultima jornada); Foto em baixo (Jogo em Silves).


ETaylor






1 comentário:

Anónimo disse...

olá...vi na internet e não exitei em entrar...
Primeiro quero dizer que a página está muito interessante e muito bem construida. Ao longo da época 2006/2007 aprendi muitas coisas sobre o futebol, e a sua equipa ficou-me memorizada, por momentos jamais esquecerei como árbitro...
No campeonato, no Mundialito e até mesmo no torneio em VRStºAntónio, (arbitrei o vosso jogo contra o isla cristina) houveram momentos muito especiais, não tenho qualquer problema em dizer que a sua equipa foi para mim sem dúvida a melhor do vosso campeonato e foi das esquipas que sem dúvida mais satisfação me deu arbitrar, os vossosiudos são fantásticos, o Tiago Mendonça foi aquele que mais me chamou á atenção e espero que consiga atingir todos os seus objectivos assim como todos os outros, são todos muito bons e todos me fazem ter mais força para continuar a arbitrar sabendo que ainda existem equipas talentosas, com vontade de jogar e vencer mas aceitando também derrotas e tendo bem presente o desportivismo....
Um abraço para o grande treinador que é, e espero que consiga fazer desses rapazes grandes jogadores do futuro!!!
UM ABRAÇO tIAGO MENDONÇA...