28/09/10

CONVERSA COM ALVARO "KIWI" GOMES

Sobre o Alvarinho já tinha escrito neste blog qualquer coisa como: “Álvaro “Kiwi” Gomes era um “veterano” das escolas do Farense quando chegou aos treinos de início de época do SC Farense, época 2001/02, escalão de Infantis B. Pequeno e franzino, só com uma bola nos pés se podia imaginar o que aquele pé esquerdo era capaz de fazer. Sinceramente, Alvarinho estava um pouco á frente dos outros, não só pela técnica individual, mas pela capacidade de assumir o comando das operações, sem medo de enfrentar qualquer adversário”.
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Sobre Álvaro Gomes escrevi no final da época 2001/02: “Era o nosso distribuidor/Avançado. Um jovem predestinado que estava á frente dos restantes. Franzino com um pé esquerdo que compensava o resto. Como Infantil B vi marcar um golo de livre do meio-campo.”
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Agora, estive á conversa com ele sobre o passado, o presente e o futuro.
Fui treinador do “Kiwi” Gomes durante duas épocas nos Infantis B (2001/2002) e Infantis A (2002/2003) e pertence ao grupo de trabalho que conquistou o último título do futebol infantil do SC Farense. Perguntei-lhe que recordações guarda desse tempo: “Foram os primeiros anos que comecei a jogar futebol e talvez os melhores. Grupo fantástico e o ambiente era incrível. Muitas amizades foram feitas nessa altura e que ainda duram. Ainda hoje quando nos encontramos falamos sobre isso e de facto são emoções que nunca se irão esquecer. Termos sido campeões foi nessa altura a melhor sensação das nossas vidas e para todos. Na altura, éramos muito jovens e vivíamos o futebol com grande intensidade. Mas com o lema nas nossas cabeças, "treina como jogas e joga como treinas”, e com o esforço de todos conseguimos a nossa primeira vitoria a sério no mundo do futebol.”
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Alvarinho percorreu e cumpriu todos os escalões de formação do SC Farense, perguntei-lhe sobre o percurso, os sucessos e as dificuldades em ultrapassar etapas, entreguei-lhe a bola e como ele faz em campo, simulou, fez um drible e atirou a contar:
Depois de ter subido a iniciado de primeiro ano, foi um ano muito difícil para me impor e quase não joguei porque a equipa de segundo ano era muito forte e até fomos a fase final do campeonato nacional. O mesmo aconteceu nos juvenis de primeiro ano, era muito difícil impor-me devido ao meu físico e a outras opções dos treinadores.”
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Sinceramente, já tinha previsto que os primeiros anos de escalão do Gomes seriam sempre difíceis. O importante era não desistir e que ninguém desistisse dele. “Quando subi para iniciado de segundo ano e juvenil de segundo ano já foi mais fácil adaptar-me e nessa altura tive mais oportunidades. Nos juniores de primeiro e segundo ano já joguei mais e acho que foi aí que comecei a ganhar mais confiança. Tínhamos um grande grupo e no primeiro ano conseguimos chegar á Primeira Divisão Nacional.”
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Depois, o segundo ano como Júnior, decisivo em termos de afirmação: “No segundo ano de júnior tivemos um campeonato bastante difícil mas conseguimos a manutenção, que foi muito bom para nós (juniores) e que nos deu alguma visibilidade para o escalão sénior. Subimos 4 jogadores para a equipa principal.”
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E os estudos? No meio disto tudo? Era importante saber, coisas minhas: “Os estudos correram bem, alguns contratempos no caminho mas felizmente já acabei o 12.º ano.”
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Um chuto para a frente, que com ele seria sempre um passe longo para descobrir oportunidades de golo, perguntei se chegar aos seniores do SC Farense foi uma vitória pessoal: “Claro, é um orgulho ter representado os seniores do SC Farense, pois é o clube que me viu crescer. Um sonho de criança e sem dúvida uma vitoria pessoal.
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Depois chega a oportunidade de jogar nos seniores do SC Farense e principalmente a possibilidade de contribuir para a subida de mais um escalão nas divisões nacionais: “Estava com algum receio porque pensei que ia ser uma época muito difícil para me impor, mas não foi tanto assim. Os meus colegas e treinadores ajudaram-me bastante e senti-me muito feliz por ter conseguido, junto dos meus colegas, a subida á 2ª Divisão. Foi uma época difícil, com alguns altos e baixos, pois como todos sabem tivemos 3 treinadores nessa época. Mas tudo ficou resolvido e com a subida na última jornada foi a cereja no topo do bolo. E quero agradecer ao nosso massagista Luís que foi uma pessoa que me ajudou bastante e que ficarei a dever-lhe muito por isso.”
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Posto isto, apareceram os convites, nomeadamente o do Paços de Ferreira: “O interesse do Paços apareceu já tinha começado a pré-época dos clubes da I Liga, não estava nada á espera! O meu empresário foi contactado pelo Paços e foi aqui que tudo começou. Fiquei bastante contente pois não acreditava que algum clube da I Liga estivesse interessado em mim. Tive alguns convites de clubes de escalões inferiores, mas não podia deixar escapar uma oportunidade como esta.”
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E como correram as negociações? “Houve alguns contratempos mas agora esta tudo bem, e agradeço ao Sr. presidente António Barão por tudo o que fez por mim.”
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Conta como foi a experiência de fazer a pré-época numa equipa da primeira Liga? “Foi mais um sonho tornado realidade, sinto-me muito feliz mesmo. O Paços tem um grupo fantástico e desde que cheguei acolheram-me muito bem.”
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E surgiu a “porcaria” da lesão, sempre em prejuízo. “Uma lesão prejudica sempre mas os médicos do Paços são fantásticos e penso que me vão ajudar bastante na minha recuperação." E como foi? “Foi um lance dividido com o meu colega num treino onde cai mal e torci o joelho.” Daí a necessidade de uma operação? “Sim, e felizmente tive a sorte de ser operado por um dos melhores. Agora a recuperação está a correr bem, os médicos do Paços estão tratar-me muito bem e penso que irei voltar nas melhores condições aos relvados.”
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Agora sobre os passos em frente, vais continuar no Paços? “Sim, neste momento tenho contrato com o Paços e os meus objectivos são ficar por cá.”
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Para terminar campeão, quais são os teus sonhos e projectos? “Dois dos meus sonhos já foram realizados. Um era chegar á equipa principal do Farense e o outro era conseguir ser jogador profissional. Penso que agora só falta um, que é chegar á Selecção nacional!” Ponto final, acrescento eu. “Treina como jogas, joga como treinas”. Toda a sorte do mundo, Kiwi.
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ETaylor