13/09/07

FORMAÇÃO OU MERCADO?

Disse há alguns anos, mais exactamente em 2003, numa entrevista que “… os miúdos na formação vivem de referências e ídolos e vão procurar essas referências nos clubes de referência, obviamente. Se o Farense deixar de ser referência, naturalmente, vai ser penalizado por isso.

Quando disse isso, sabia que era um risco que o SCFarense corria, e que podia perder referências para outros clubes da região. È a lei da vida.

O SCFarense vive momentos difíceis, perdeu as tais referências, todos sabem e ninguém esconde, mas é preciso reconhecer que nunca desistiu. Nunca desistiu da formação e do futebol juvenil, independentemente, do histórico e dos ciclos.

O que eu não esperava, é o cenário que actualmente se apresenta. Desculpem-me, mas isto não é formação, é mercado.

O que tenho assistido esta época, com esta nova regra de até aos 14 anos os jogadores poderem transitar livremente, vem violar o princípio das regras da formação, vem violar as condições dos clubes que se dedicam á formação, vem condicionar regras de respeito entre clubes, vem deformar a formação e proporcionar condições aos promocionistas do futebol de formação. Agora vale tudo.

De que vale a um clube proporcionar condições de formação a um aspirante, durante 6 anos, por exemplo, se depois aparece um outro clube ou entidade, com “extraordinárias” promoções, sem necessidade de pedir autorizações ou mesmo comunicações de “cortesia” para com o clube formador, para “recrutar” esse aspirante que já é jogador ?

Estamos na era do usar e deitar fora e já só faltam os empresários. Já não se trata de competição entre clubes, jogadores, locais ou regiões. Repito: Trata-se de mercado.

Mas um dia isto muda, e o feitiço…
ETaylor

NOVA ÉPOCA DOS INFANTIS



O Departamento do Futebol Juvenil do SCFarense renovou-me a responsabilidade de treinar os Infantis do Farense, agora para a época 2007/2008.

Esta época, vou ser o responsável técnico do escalão infantil, tanto da equipa A (Formação que treinei na época anterior e que tenho assim a possibilidade de dar continuidade ao trabalho desenvolvido), como da equipa B, que receberá os formandos das Escolas A.


Esta época o Farense vai disputar o Distrital da 2.ª Divisão, consequência da descida de divisão ocorrida na época anterior. No entanto, isso não condiciona nem invalida a formação dos elementos disponíveis e a sua preparação para as etapas seguintes.

Assim, espero que todos os jovens nascidos no ano de 1995 e 1996, e que queiram integrar a formação do Farense, apareçam no Campo da Penha no dia 21.09.2007 pelas 18:30 h.

Entretanto, no dia 17.09.2007, segunda-feira, 21:00 h, o Farense promove uma reunião com os encarregados de educação, para apresentação dos objectivos da época.

ETaylor

12/09/07

2006/07 - INFANTIS B


Após uma época de interregno, por razões pessoais, o regresso á equipa B, para iniciar um novo percurso. Novo ciclo directivo, as mesmas dificuldades, de um clube que não desiste, que não disfarça o seu momento e que mantém o empenhamento.
Neste novo ciclo e tal como em épocas anteriores, competia-me trabalhar a formação de praticantes e contribuir para a evolução colectiva (Clube) e individual (Jogadores). Ou seja, iniciar um processo de transição para a competitividade.

Como em épocas anteriores, a minha maior dificuldade residia e reside, na implementação de um novo sistema de jogo. A maioria, senão a totalidade, joga de forma diversa, nomeadamente ao nível de Escolas. Eu considero-me um formador e como tal, tenho como objectivo preparar jogadores para as etapas seguintes. Para mim, o sistema 1.3.2.1 em futebol 7, é aquele que mais condições oferece, aos praticantes, para melhor integração no futebol 11. Tal como sei que é o sistema com maiores exigências de trabalho e elevado período temporal de adaptação ou aplicação. Mas a minha opção é esta e o histórico sustenta esta opção.

No campo, contava agora com o apoio do Nehuen Crespi, que funcionava como adjunto e dirigente.

Para resumir a época de trabalho, devemos assinalar o seguinte: Na primeira volta conseguimos 2 vitórias, na segunda volta consentimos 2 derrotas. Facto que traduz o trabalho desenvolvido, facto que confirma a lentidão da aplicação do sistema, facto que confirma o sucesso da aplicação.

Mas para isso, é necessário trabalho em competição e esta divisão (2.ª Divisão A que não é mais do que a 1.ª Divisão dos Infantis B) teve paragens prolongadas que condicionaram a evolução natural. Para o efeito, a participação no Mundialito em VRSA, fez recuperar níveis competitivos essenciais, bem como a participação no torneio de VRSA.

O principal objectivo era preparar um conjunto de elementos para formar um conjunto de jogadores que suportassem uma equipa. Aumentar níveis de auto-estima, estimular técnicas individuais, instalar competitividade e disciplina colectiva e, ainda, criar “hábitos de vitória”. Com maior ou menor dificuldade, conseguiram-se objectivos concretos num projecto que previa e prevê 2 anos. Faltava a confirmação dos valores introduzidos.

O trabalho desenvolvido e os jogadores disponíveis geravam expectativas interessantes para a competição da nova época. Onde, a questão da diferença de idades não seria o obstáculo principal. Neste aspecto (idades), chegou a ser injusta a competição de equipas B, devido á utilização de jogadores A, em determinados jogos e em jogos determinantes, nomeadamente contra nós. Mas é esta a competição e são estas as regras do jogo. E o SCFarense sabia disso.

Apesar da recuperação, a Equipa consegue a 6.ª posição em B’s, só com B´s, e deixava fortes expectativas em relação á próxima época. No entanto, os Infantis A (Parece sina minha), não conseguiram a permanência na 1.ª Divisão.

Com isso e mais uma vez, a equipa que tinha atingido níveis competitivos bastante interessantes e gerado fundadas expectativas, iria disputar a 2.ª Divisão. Resta esperar que consigam o regresso.


O MUNDIALITO 07

O SCFarense foi convidado para participar na XIV Edição do Mundialito de Futebol 7, no escalão de Infantis B, realizado em VRSA. Era um convite que não podíamos recusar, devido á importância que representava para os jovens praticantes. Afinal de contas, a competição reunia mais de 100 equipas de vários escalões e de vários países. Era o centro do mundo do futebol infantil.

Participamos no Grupo 18, com o Sporting CP, o JBLL da Jordânia, o Cacilhas Tejo e o Ginásio Clube de Tavira. Os resultados não foram extraordinários, mas a competição foi extremamente útil. 1 Vitória, 1 empate e 2 derrotas ditaram o nosso afastamento do Quadro A. Repescados para o Quadro B (A eliminar) defrontamos o Beira Mar de Monte Gordo e nos Quartos-de-final a equipa do Geração Benfica de Lagoa. Registo este jogo, porque espelhou as fragilidades e as qualidades da equipa ao longo da competição (Excepção feita ao jogo com o Sporting CP): Entrada em jogo com demasiadas fragilidades, falta de concentração, de iniciativa e de conjunto. 3-0 a abrir. Recuperação de confiança, reorganização colectiva, eficácia nas acções e…4-4. Depois, o árbitro resolveu marcar uma penalidade inexistente em cima da hora, quando todos se preparavam para as grandes penalidades. Penalidade suprema.

No essencial, apesar das derrotas, das injustiças e dos nossos erros, ficou uma equipa conquistada pelo seu próprio esforço. Foi uma etapa importante na época e ajudou a cimentar princípios colectivos. Certamente importante, individual e colectivamente.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:

Marco Bento (Guarda-Redes com enormes potencialidades. O trabalho progressivo e melhores níveis de concentração…);
Ricardo Chumbinho (Guarda-Redes com trabalho de base, a solicitar trabalho em continuidade);
Fernando Nóbrega (Fisicamente desenvolvido para o escalão, evidenciou também grande maturidade no comportamento que o fez eleger como Capitão da equipa. Elemento de grande disponibilidade e aplicação, com enorme vontade de evoluir. Pelas suas características definimos a sua colocação como central ou trinco, mais esta do que aquela. Implementamos plano técnico de correcção e desenvolvimento e a evolução foi satisfatória. Esta era uma etapa de muitas outras. Forte expectativa nas épocas seguintes.);
Pedro Vicente “Pepo” (Jogador de irreverências com potencial vincado. Utilizado como lateral direito, tem características de extremo com capacidade de cobertura. A aposta para a próxima temporada será manter elevado e constante o seu rendimento. Potencialidades não lhe faltam e as exigências serão mais elevadas.);
Gabriel Santos “Gabri” (Avançado de grande utilidade e objectividade. Forte no 1x1 em progressão e eficácia em zona de finalização. Fortes expectativas para as épocas seguintes com correcção de picos de produção acentuados.);
Gianni Valério (Esquerdino de grande qualidade técnica, que gosta do jogo da bola e algumas vezes se esquece de jogar futebol. Na próxima época o objectivo é disciplinar o seu jogo e conduzir a sua evolução de forma adequada. A formação não é uma etapa, são várias etapas.);
Pedro Martins (Jogador com muitas ausências que limitaram evolução. Dificuldades de adaptação á posição escolhida, ainda falta descobrir a posição de melhor rendimento (Defensiva/Ofensiva). A sua força de remate não pode ser único argumento e vamos trabalhar de forma a desenvolver o melhor das suas capacidades.);
Manuel Caldeira (Jogador disciplinado tacticamente com características de central. Esta época foi prejudicado por fazer apenas 2 treinos semanais com dificuldade em acompanhar o ritmo dos companheiros e da própria competição. Na fase final da época, com outro ritmo e adaptação deu indicações reais das suas capacidades. Bom jogo de cabeça, remate colocado e grandes expectativas para a próxima época.);
Rafael Ramos “Rafa” (Esquerdino de grande utilidade, disciplina táctica, raça e empenho. Explora todas as suas capacidades e demonstra interesse em corrigir. Só lhe resta crescer naturalmente, tanto física como tecnicamente.);
Rudi Barreto (Avançado de eficácia em raio de acção reduzido. Características de Avançado fixo. Revelou dificuldades na mobilidade que o sistema utilizado exigia, desistiu de lutar e ganhou peso. Na próxima época, estou certo, vamos recuperar níveis de confiança e obter resultados.);
João Campina (Esquerdino com potencialidades técnicas que é preciso “dinamitar”. Muitas ausências que condicionaram o seu desenvolvimento. Falta de confiança nas suas capacidades e muita “juventude” competitiva para o escalão. Identificados os condicionalismos vamos continuar a trabalhar a evolução.);
André Águas (Utilizado como central, evidenciou qualidades na função de central protegido (Libero). Dificuldades de jogo sob pressão, que só a prática corrige. Inteligente, disciplinado e prático, precisa de ganhar confiança e desenvolvimento técnico para a posição. Na próxima época vamos trabalhar por cima do que se fez esta época e registar progressos.);
João Caninas (Avançado em mobilidade, disciplinado, com utilidade como lateral (Extremo). Aposta ganha na posição escolhida. Versatilidade, velocidade pura, agilidade, técnica em construção e alguma ingenuidade. Esta época vamos trabalhar a continuidade, a auto-estima, a eficácia e… o resto.);
Bruno Novais (Lateral direito de grande utilidade e eficácia. Disciplinado tacticamente, velocidade de execução e de recuperação. Ausência notada por lesão. Um lateral em potência que vai continuar a progredir, seguramente.);
João Santos (Jogador de qualidade técnica, com orientação técnica direccionada para funções de distribuição e lateral. Dificuldades de adaptação a níveis de exigência, apenas na fase final da época começou a acreditar nas suas possibilidades. Na próxima época, estou certo, a abordagem competitiva será mais eficaz e os resultados vão confirmar potencialidades.);
André Filipe (Jogador polivalente utilizado como central, trinco e distribuidor. Grande capacidade de trabalho e eficácia nas funções atribuídas. Dificuldades no controlo de emoções que prejudicam concentração. Vamos trabalhar consistências e confirmar expectativas.).
Tiago Mendonça (Jogador polivalente, de grande qualidade e disciplina táctica, de grande maturidade futebolística e muito importante na estrutura da equipa. Utilizado como distribuidor e trinco, foi essencialmente um “box to box” de elevada eficácia. Para a próxima época vamos manter exigências e corrigir eficácias (Bolas aos postes… não é Tiago?);
Ricardo Martins (Jogador de grande empenho, disponibilidade e vontade de melhorar. A sua evolução foi evidente e a próxima época deverá confirmar isso mesmo.);
Diogo Morais (Avançado de qualidade técnica e grandes potencialidades. Ausências frequentes e prolongadas condicionaram a sua evolução. A próxima época reserva grandes expectativas, assim seja a sua assiduidade e regularidade. Com trabalho regular, certamente vai confirmar potencialidades).
João Jacob (Esquerdino a quem faltou escola de competição para tanto empenho. 2 vezes convocado, 2 vezes não utilizado, sem palavras de desconforto ou revolta. Desiludido!? certamente. Vamos continuar a trabalhar Jacob.).

Refiro ainda: Ricardo Santos (Saiu muito cedo do grupo), Daniel, Igor e Adriano (Sem possibilidade de utilização)

Nota: Fotos em VRSA - Mundialito e Campeonato

ETaylor

2004/05 - INFANTIS A














De regresso á competição, agora com nova experiência: a 2.ª Divisão. As potencialidades da equipa permitiam esperar um campeonato tranquilo e consequente subida. Eu, nesta altura, preocupava-me mais com os níveis competitivos que esta divisão podia oferecer, para que a equipa pudesse crescer em termos qualitativos e que pudesse fazer uma integração capaz no escalão seguinte. Ou seja, os iniciados e o futebol de 11.

Confesso que tudo o que tinha planeado, não se concretizou. Esta equipa revelou potencialidades para lutar pelo título na 1.ª Divisão, mas acabou por não conseguir subir de divisão, pelos pormenores que promovem as diferenças.

Mas comecemos pelo princípio. No campo, continuava com o apoio do Prof. Pedro Filipe, e agora com o Dirigente Marco Ramos.

Mantivemos todos os jogadores da época anterior e ainda contamos com o reforço de José Azevedo e Ivo Moreno, provenientes dos A’s (mas com idade de B’s) e ainda novos valores provenientes da captação, como o André “Vina” e o André Afonso

A equipa mantinha qualidade técnica, apresentava soluções e estava preparada para os desafios que pudessem surgir. Talvez demasiado confiante nas suas possibilidades que as facilidades ajudaram a cimentar.

Muito depressa constatamos que a competição neste grupo (Barlavento) se encontrava demasiadamente desequilibrada e que seria disputada apenas por 3 equipas: Armacenenses (Equipa realmente muito forte), Lagoa e o SCFarense, e que tudo seria decidido por pormenores.

No fundo, estivemos a fazer jogos-treino ao longo da época, para disputar 4 jogos, realmente competitivos. Naturalmente, este facto estagnou a evolução dos atletas, e o segundo objectivo da época ficou claramente prejudicado ou condicionado, na medida em que não conseguimos níveis competitivos de suporte para a sua integração no escalão seguinte. A Equipa marcou mais de 158 golos e sofreu 18.

Mas a equipa também falhou no seu principal objectivo: a subida de divisão. Costumo dizer aos meus atletas que as acções individuais podem ser efectuadas, desde que não sobrecarreguem de trabalho os restantes companheiros. A nós competia-nos subir de divisão e deixamos esse fardo para a equipa seguinte.

Vamos aos pormenores. Eram 3 candidatos para 2 lugares. Fomos empatar a Lagoa 1-1 (Com um golo invalidado no ultimo minuto) e empatamos em casa com o Armacenenses (3-3, num jogo memorável). Na segunda volta, não conseguimos suportar o “peso” do jogo e perdemos em Armação de Pêra (4-1). Restava o jogo com o Lagoa em casa, na última jornada, em que o empate servia para subir, já que tínhamos a vantagem de 1 ponto. Era daqueles jogos que eu mais temia e que tudo fiz para evitar, porque tudo podia acontecer e… aconteceu.

Foi um jogo de sentido único, de domínio, de ocasiões desperdiçadas e golos salvos, de penalty falhado e um golo sofrido. Ou seja, não subimos por um mísero golo mais que justificado, mas o Lagoa subiu com uma vitória crucial (0-1) e honra aos vencedores.

No fundo, durante uma época, falhamos no único jogo em que não podíamos falhar. E esta equipa merecia outra história. Pessoalmente, foi uma derrota marcante, em que me apeteceu abandonar o futebol. Não pela derrota, mas pela injustiça do futebol.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa:

Vítor Rodrigues (Guarda-Redes com características e vocação para o lugar. Elemento a acompanhar de muito perto.);
Rudi Pereira (Elemento com progressão algo lenta, muito pela forte concorrência que teve de enfrentar. Força de vontade nunca lhe faltou.);
André Custódio (Teve um crescimento meritório, mas sem conseguir níveis indiscutíveis. Faltou-lhe sempre auto-estima e confiança, por mais que lhe fosse concedida e trabalhada. Tem o futuro para corrigir.);
Tiago Silva (Excelente comportamento e atitude. Foi sempre prejudicado por aspectos físico/atléticos, nunca por técnico/tácticos. Foi competente em todas as chamadas. );
Pedro Gonçalves (Elemento de futebol prático e objectivo. Características defensivas, velocidade de recuperação, iniciativa de jogo, frieza nas actuações, versatilidade. Egocêntrico e pouco emocional. Bons níveis de resistência e força. Bom remate em potência e colocação e rapidez de execução. Jogador nuclear com influência colectiva. Utilizado como Central, Distribuidor e Avançado. Elemento importante na recuperação e transição de jogo, bem como nos desequilíbrios ofensivos.);
Ruben Marcelo (Capacidade de adaptação a diversas posições, bons níveis de velocidade e agilidade. Grande determinação e vontade de evoluir. Época dentro das previsões, mas faltaram pormenores. Jogador de grande disponibilidade, jogou a Lateral Esquerdo, Central, Distribuidor e Avançado fixo.);
João Grelha (O seu futebol assenta na velocidade, rapidez de execução, técnica individual e objectividade. A melhor posição será de extremo direito ou avançado em movimento. Bom remate em potência mas com reparos (Não é Grelha?). Instintivo na zona de finalização. Titular com rendimento elevado. Finalizador com bom início de época, altura em que fez a diferença. Utilizado como Avançado fixo e Extremo ou Lateral.);
Nasser Larbi (Elemento com características e eficácia defensivas, disciplina táctica, bem na marcação individual, jogo aéreo razoável, grande espírito de sacrifício e excelente comportamento. Esta não foi a competição ideal para confirmar evoluções. Utilizado como lateral esquerdo.);
Bernardo Madeira (Elemento com grande capacidade de trabalho, bons níveis de exigência competitiva, regularidade competitiva, disciplina táctica e adepto do futebol colectivo. Grande eficácia na recuperação de bola e inteligência na sua distribuição. Jogador com características de trinco com evolução notória na condução e passe. Titular com rendimento elevado. Jogador fundamental no equilíbrio estrutural da equipa e na disciplina táctica colectiva. Desenvolvimento físico e técnico adequado. Utilizado como trinco.);
Nicolau Cardoso (Elemento com facilidade em jogar com os dois pés, bom jogo aéreo, compleição física extra para a idade, disciplina táctica, visão e inteligência de jogo, bom remate em potência. Elemento importante na estrutura da equipa, mas que não teve participação em fases importantes da prova devido a motivos “que só nós sabemos”. Não esteve presente no ultimo jogo. No entanto, notou-se evolução técnica e táctica relativamente á época anterior, tanto que transitou de avançado fixo para médio de distribuição.);
Ricardo Veloso (Bons níveis de resistência e velocidade. A Técnica da velocidade para superar diversos factores e objectividade. Características de Extremo ou avançado em mobilidade. Titular com rendimento elevado. Utilizado como lateral direito, extremo e avançado liberto. Elemento importante na transição de jogo e na exploração de espaços, onde a sua velocidade fez a diferença. Condicionado pelo deficiente nível competitivo da prova, não trabalhou níveis de exigência, que vai ter de enfrentar no próximo escalão. As suas potencialidades e características pediam mais competitividade.);
Fábio Rosário (Elemento com boa técnica individual, visão e inteligência de jogo, potência, colocação e técnica de remate. Jogo aceitável em termos defensivos. Elemento importante na estrutura da equipa, mas que não conseguiu oferecer qualidade técnica nas quantidades necessárias e que as suas capacidades exigiam. “Andas a comer hamburguers Pablo ?”. Se não ultrapassa-se os 40/45 Kg, seria um jogador extraordinário neste escalão. A falta de competitividade da prova e as sucessivas paragens também não contribuíram. Utilizado como distribuidor e recuperador. O futuro só depende dele.);
“Zé” Azevedo (Proveniente da equipa A - Falso lento com grande sentido de posição e disciplina táctica, boa marcação individual, bem a recuperar e transportar jogo. Elemento versátil com facilidade de adaptação a várias posições. Época muito positiva. Início lento sem grandes evidências, melhorias graduais com o desenrolar da prova. Utilizado como lateral direito, trinco e médio ofensivo. Mais um jogador que merecia outra “competição”.);
Ravel Carvalho (Elemento voluntarioso, empenhado, generoso e disponível. Rapidez de execução, velocidade aceitável, espírito de sacrifício e disciplina táctica. Grande capacidade de superação e auto-motivação. Elemento com uma época de paragem que condicionou a sua evolução. Campanha com diversas ausências. Utilizado como lateral esquerdo.);
Ivo Moreno (Proveniente da equipa A - Boa técnica individual, esquerdino com grande capacidade de desequilíbrios, capacidade de remate (Potência, colocação e técnica), futebol com objectividade apesar da sua técnica individual. Época acentuadamente irregular para um elemento com o seu potencial. “O que te sobra em técnica deves transferir para o empenhamento, não é Ivo?”. Utilizado como extremo com responsabilidade de cobertura do corredor e distribuidor.);
André “Vina” (Proveniente da Captação - Boa técnica individual, polivalência, velocidade, mobilidade, disciplina táctica, boa recuperação defensiva. Capacidade de remate (Potência, colocação e técnica). Bons níveis de concentração, disciplina e mentalidade competitiva. Um dos elementos com rendimento elevado. Jogador com início tímido que terminou como jogador chave devido á sua polivalência. Utilizado como Central, Trinco, Lateral e Avançado fixo. Jogador importante no preenchimento de vagas e pelo espírito competitivo apresentado.);
André Afonso (Proveniente da Captação - Boa técnica individual, bons resultados nos duelos (1x1), facilidade e colocação do remate com ambos os pés. Época em crescendo, mas sem conseguir uma afirmação consistente devido á sua indisciplina de jogo. Em determinados jogos revelou grande potencial, sem dar regular sequência. Utilizado como extremo esquerdo ou avançado fixo. Faltou “escola” ao seu futebol, mas vai adquirir.);

Refiro ainda: Celso Teixeira, Fábio Carmo, Miguel Magalhães, João Jóia, Álvaro

Legenda: Foto em cima (O tal jogo da ultima jornada); Foto em baixo (Jogo em Silves).


ETaylor






2003/04 - INFANTIS B

O regresso á equipa B, em obediência ao quadro de rotatividade. Competia-me a tarefa de cumprir o calendário de objectivos de 2 anos, ou seja, formar jogadores e projectar uma equipa, considerando 3 pontos fundamentais e por ordem de prioridade: Formar Jogadores; Preparar uma equipa; Construir um plantel. Primeira época, sem exigências classificativas; Segunda época, competir com exigências classificativas (Nos A’s sobe-se e desce-se de divisão) e preparar jogadores para o escalão seguinte.

No campo, contava agora com o apoio do Prof. Pedro Filipe, e com os Dirigentes Paulo Cartaxo e Toni Matias, que dividiam funções entre A’s e B’s.

Havia grande expectativa na promoção das escolas A e na sua evolução e também nos resultados das actividades de captação.
Dos promovidos surgiram nomes como: João Rodrigues, Tiago Silva, Pedro Gonçalves; Ruben Marcelo, Diogo Andrade; Rudi Pereira, Ricardo Veloso, Rui Lopes, João Jóia, Ravel Carvalho e, ainda: José Cunha, Diogo Freitas, Filipe Correia, Daniel Fernandes, André Rachadinho, André Filipe, Marcelo Correia; Ruben Pedreirinho, Ricardo Casimiro, a quem tive de dar a notícia de que deviam voltar ás Escolas por causa da idade e por requisição do escalão.
Da Captação surgiram nomes como: Fábio Rosário, João Grelha, Nasser Larbi, Bernardo Madeira, João Vitorino, Nicolau Cardoso, Rui Viegas, Frederico Zanatti, Vítor Rodrigues, André Custódio…
Recordo, que mais uma vez, e considerando o numero elevado de aspirantes, tive enormes dificuldades em fazer a “filtragem” necessária e obrigatória.

Lembro-me que no primeiro jogo-treino fomos jogar com A’s do Pechão e levamos 9. No fim, virei-me para o Toni Matias e disse-lhe: “Temos equipa

Iniciamos o campeonato com uma goleada, acho que 7-1 ao Olhanense, e avaliando o potencial dos jogadores, tentamos manter o mesmo modelo (1.3.2.1) mas com carácter mais ofensivo, utilizando jogadores com essas características. Mas, a equipa caiu com estrondo. A competição requer adaptação e progressão.

Decidimos reorganizar, não o modelo/sistema, mas as características dos intérpretes. Fizemos correcções, adaptações e trabalhamos as alterações e interpretação do jogo. A equipa respondeu positivamente e tivemos cerca de 9 jogos sem perder.

Estava encontrada a estrutura, só faltava acrescentar jogos e jogos para cimentar. Estava encontrada a estrutura e a filosofia para a nova época, onde esta equipa, então a jogar sem diferenças de idade, podia fazer valer a sua qualidade.

A Equipa conquista a 4.ª posição em B’s, só com B´s e Escolas, e deixava fortes expectativas em relação á próxima época. No entanto, os Infantis A (Numa época em que se alteraram as regras do campeonato, durante a competição), não conseguiram a permanência na 1.ª Divisão.

Com isso, a equipa que tinha atingido níveis competitivos bastante interessantes e gerado fundadas expectativas, iria disputar a 2.ª Divisão. Facto que não motivou desmobilização, antes pelo contrário, fez reunir convicções e motivações em relação ao futuro. Pessoalmente, fiquei triste pelo esforço dos atletas e pelas possibilidades que eles ofereciam, mas esta adversidade passou-lhes ao lado e só queriam começar de novo.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:

Vítor Rodrigues (Proveniente do Riachense – Captação. Guarda-Redes estilista com escola e enorme potencialidade. Com maior regularidade e trabalho específico, dava garantias para as épocas seguintes);
João Rodrigues (Proveniente das Escolas. Chegou das Escolas como Guarda-redes. Ainda com idade de Escola solicitei que ficasse na equipa, mas não para jogar como GR. Apostamos em colocá-lo como defesa/Médio Esquerdo. Pegou o lugar com segurança, muita atitude e raça. Tinha o lugar assegurado, mas na época seguinte foi requisitado pelos B’s.);
Rudi Pereira (Proveniente das Escolas. Chegou com posição indefinida, já que queria ser GR e Avançado. Manteve a indefinição, mas rendeu sempre mais a avançado. Na época seguinte iríamos definir posições.);
André Custódio (Proveniente da Captação. Apareceu como jogador de campo. No seu estabelecimento de ensino era GR, fizemos o convite para o ser nesta equipa também. Aceitou e ficou.);
Tiago Silva (Proveniente das Escolas. Lateral direito de baixa estatura mas de elevada energia. Expectativas intactas.);
Pedro Gonçalves (Proveniente das Escolas. Para resumir, um dos melhores centrais com quem trabalhei. Inteligência, maturidade, personalidade e muito futebol. Um valor seguro.);
Ruben Marcelo (Proveniente das Escolas. Um jogador de emoções e personalidade, disponível, polivalente. Fez várias posições e gerou expectativas sobre a sua fixação. Íamos dar tempo.);
Diogo Andrade (Proveniente das Escolas. Ainda com idade de Escola solicitei que ficasse neste grupo. Um jogador acima da média. Um “meio-campo” com recursos seguros. Foi experimentado como trinco e distribuidor. Vi nele capacidades extraordinárias e fiz exigências elevadas. Era uma aposta para a época seguinte, mas foi requisitado pelos B’s. Perdi a oportunidade de o ver crescer.);
João Grelha (Proveniente da Captação. Fizemos um torneio de captação e ele foi a primeira escolha. Irreverência, velocidade, técnica em movimento, objectividade e golos. Estava encontrado o elemento, faltava conduzir o seu crescimento. Uma forte aposta para as épocas seguintes);
Nasser Larbi (Proveniente da Captação. Falar do Larbi é falar de correcção, disciplina, polivalência e eficácia.);
Bernardo Madeira (Proveniente da Captação. Nas minhas equipas a posição de trinco tem uma importância relevante e com trabalho conseguimos criar hábitos em Ricardo Pereira e João Fitas. Nesta equipa, apostamos em Bernardo Madeira e o resultado foi de grande confiança nas suas possibilidades. A confirmação estava reservada para a época seguinte.);
Nicolau Cardoso (Proveniente da Captação. Pediu licença para treinar e ficou. Com o plantel praticamente fechado, decidi que devia ficar e mostrar evoluções e evoluiu. Integrado, pedi que fizesse a diferença e fez.);
Ricardo Veloso (Proveniente das Escolas. Elemento tão reservado e tímido, como veloz e objectivo. Com ele, a equipa ganhava sempre dez metros em profundidade ofensiva. Utilizado como lateral e avançado, pertencia ao núcleo de jogadores mais utilizados e que, naturalmente, geravam expectativas);
Fábio Rosário (Proveniente da Captação. Um jogador muito evoluído tecnicamente, um remate extremamente potente e direccionado, grande capacidade de interpretação de jogo. O seu maior problema era o peso e a disciplina táctica. Utilizado como distribuidor, era ele que fazia a equipa jogar. Na época seguinte só podia ser enorme.);
João Vitorino (Proveniente da Captação. Jogador com potencialidades técnicas, mas que sempre demonstrou dificuldades em competição. Estava na equipa e reservamos expectativas para a época seguinte);
Ravel Carvalho (Proveniente das Escolas. Iniciou os trabalhos, mas não deu continuidade. Reapareceu na época seguinte).

Refiro ainda: João Jóia, Rui Viegas, Frederico Zanatti, Rui Lopes, André Palma


ETaylor

MACAEL 2002 E 2003




PARTICIPAÇÃO I

Em 2002, o SC Farense foi convidado para participar no III Torneo Internacional Macael Cup 2002, Almeria-Espanha, de Infantis A.
Tínhamos terminado muito bem a época 2001/02 e seria um prémio merecido a deslocação ao torneio. Sabíamos que Infantis A em Espanha são um pouco diferentes, na medida em que permitem a utilização de jogadores de 14 anos. Mesmo assim, arriscamos e incluímos apenas um jogador iniciado, o Nelson Rodrigues.

Pessoalmente tinha confiança na equipa e os jogadores encararam o torneio como um prémio por se terem encontrado com as suas capacidades. No entanto, a competição foi exigente e a jogar praticamente com iniciados de 1.º ano, só nos restava evidenciar qualidade e crescer como futebolistas.

Foi isso que aconteceu. Os jogadores viveram a experiência do que os esperava no escalão seguinte. Cresceram e superaram-se em ambiente adverso. Tiveram uma prestação tão qualificada e espalharam tanta simpatia, que merecemos, de imediato, convite para a edição seguinte.

Entre 12 equipas de iniciados de 1.º ano, esta equipa de Infantis A conseguiu o 6.º Lugar. Desde logo, manifestaram o desejo de regressar na edição seguinte, até porque faltou alguma coisa por demonstrar.

COMITIVA: Dirigente: Prof. Filipe Alves. Treinador: Emídio Taylor. Jogadores: Jorge Leitão; Luís Girou; Francisco Maia; Tiago Moreno; Ricardo Pereira; Diogo Santos; David Pirralho; Tiago Cardoso; Pedro Chanfana; Nuno Gonçalves; Damien Contreiras; Nelson Rodrigues.


PARTICIPAÇÃO II

Em 2003, confirmou-se o convite de participar no torneio, agora o IV MACAEL CUP 2003.
Tínhamos ganho o campeonato de Infantis A e este seria o culminar de uma época extraordinária. Como responsável dos Infantis A, conhecedor da competição e anterior treinador dos responsáveis pelo convite, decidi fazer uma selecção de valores para convocar e premiar todos. Convoquei:
Iniciados de 1.º Ano: (5) Luís Girou; Ricardo Pereira; Pedro Chanfana; David Pirralho e Tiago Cardoso. Tive pena do Francisco Maia e do Tiago Moreno estarem lesionados. O Diogo Santos estava no Sporting CP.
Infantis A: (7) David Farias; Pedro Eugénio; Luís Oliveira; Jorge Santos; João Fitas; André Uva e Álvaro Gomes.

Pessoalmente, e reconheço que talvez seja muito exigente, considero que foi uma participação muito satisfatória. Isto levando em linha de conta que os iniciados convocados já tinham terminado a competição há mais de um mês e que os Infantis estiveram sujeitos a um desgaste enorme no final da sua competição.

Na altura relatei: “Deve considerar-se como bastante satisfatória, senão mesmo como excelente, a participação da equipa neste evento. Os propósitos e objectivos foram atingidos. A imagem e o prestígio do clube foram assegurados e apenas as expectativas criadas pelo grupo, com o decorrer da competição, saíram prejudicadas pela derrota na final. Desportivamente, a equipa teve um comportamento equilibrado, foi compacta, competitiva e ambiciosa, merecendo o reconhecimento de qualidade de todos os participantes. Facto comprovado pelas manifestações de apreço e até pelo convite já formulado para participação em outro torneio da região que não este. Socialmente foi um grupo que gerou simpatias e popularidade, e cujo comportamento merece ser realçado, mesmo considerando o desgaste de uma concentração tão prolongada.

Nesta participação o SCFarense conquistou o 2.º Lugar, entre 10 equipas, perdendo na final (após prolongamento) com o Sevilha, por 2-1. Isto, após 6 jogos em 3 dias. Curiosamente, no regresso a casa, fizemos a viagem com a equipa do Sevilha e registamos o seu reconhecimento pela nossa “escola”. E, já agora, um novo convite para a edição seguinte e, ainda, para outro torneio da região.

COMITIVA: Dirigentes: Paulo Cartaxo e Toni Matias. Treinador: Emídio Taylor. Jogadores: David Farias; Pedro Eugénio; Luís Oliveira; Luís Girou; Ricardo Pereira; David Pirralho; Tiago Cardoso; Pedro Chanfana; Álvaro Gomes; João Fitas; Jorge Santos; André Uva.

Por ultimo transcrevo a notícia publicada no semanário Desportivo do Sul, na data de 23 de Julho de 2003 (Com a nossa ajuda):


TORNEIO EM ESPANHA


FARENSE PERDE FINAL COM SEVILLA
IV Torneio Internacional de Futebol Infantil “MACAEL CUP 2003”

O SC Farense classificou-se em 2.º lugar no IV Torneio Internacional de Futebol Infantil “Macael Cup 2003”, categoria de Infantis (praticantes nascidos em 89/90), realizado em Macael, província de Almeria da Região espanhola de Andaluzia.
Torneio internacional que envolveu a participação de 21 equipas, divididas em escalões de Alevins (Nascidos em 91) e Infantiles (89/90) que, pela qualidade e quantidade de participações nas 4 edições já realizadas, é já uma referência dos torneios de verão do futebol infantil da região.
Nesta edição, entre 10 equipas do seu escalão, o SC Farense venceu o seu grupo de qualificação, com um empate frente ao Águilas CF (2-2) e três vitórias (Vera B / 6-1; Indálico Mojácar / 6-0); Macael CF / 2-0). Nas meias-finais a equipa de Faro defrontou a formação principal da “Escuela de Vera” e apesar de comandar sempre o marcador, o resultado final registou um empate a 3 golos, após prolongamento. Nas grandes penalidades os algarvios lograram vencer por 3-2 e com isso obtiveram o passaporte de acesso à final, onde iriam defrontar a conceituada “cantera” do Sevilha CF. Curiosamente, uma final entre o campeão infantil da região do Algarve e o campeão da região de Andaluzia.
A final resultou num jogo intenso, muito táctico e onde os erros marcaram a diferença. Mais prático e objectivo o Sevilla CF levou a melhor e venceu no prolongamento por 2-1. Uma participação honrosa do Farense que apesar de ter perdido a final, espalhou simpatia e qualidade, e acima de tudo mereceu o reconhecimento de todos os participantes em manifestações de apreço dignas de registo. O Farense foi um grande embaixador do futebol infantil algarvio.
De registar ainda que na categoria de Alevins (Escolas), a “Escuela de Fútbol Costa Tropical” venceu o torneio da categoria ao bater na final o Sevilla CF por 1-0.
A comitiva do Farense foi composta por: Dirigentes: Toni Matias e Paulo Cartaxo. Treinador: Emídio Taylor. Jogadores: David Farias; Pedro Eugénio; Luís Oliveira; Luís Girou; Ricardo Pereira; David Pirralho; Pedro Chanfana; Tiago Cardoso; Jorge Santos; Álvaro Gomes; André Uva; João Fitas.”

ETaylor

ENTREVISTA A EMÍDIO TAYLOR 03


Entrevista publicada no Jornal semanário Desportivo do Sul, na data de 14 de Maio de 2003.


INFANTIS 2002/2003
Sporting Clube Farense - O Regresso do Campeão

O Desportivo do Sul inicia, neste número, reportagens sobre os campeões do Algarve, em todos os escalões, relativamente á época 2002/2003. Nesta primeira edição escolhemos o escalão de infantis, cujo campeão foi o Sporting Clube Farense. Desta forma promovemos uma entrevista com Emídio Taylor, treinador da equipa vencedora, para analisar a época e também o futebol infantil da região.
Para a história fica o registo de uma competição muito disputada, onde Farense, Quarteirense e Louletano tudo fizeram para adiar a questão do título até ao último minuto.

DS - Uma vitória difícil ?
ET – Muito difícil. Só para dar uma ideia, a três jornadas do fim estávamos em terceiro, a duas jornadas do fim passamos para segundo e na última chegamos ao primeiro.

DS – Foi mesmo no último fôlego ?
ET – Foi. Todos os clubes fizeram o possível, ganharam onde podiam e falharam onde não deviam. O Farense fez um ponto a mais e mereceu o título. Devo dizer até, por uma questão de justiça, que se o Quarteirense ou o Louletano tivessem vencido, seria igualmente justo. Assim eles nos façam justiça também. Foi um campeonato muito competitivo, o que só valoriza as equipas, os clubes, os jogadores, as equipas técnicas e todos os envolvidos. Principalmente os jogadores.

DS – Como se sente um campeão ?
ET - É natural que se sinta bem. Sente que cumpriu uma tarefa importante. Mas devo dizer que num escalão como os infantis, o mais importante é sentir que os miúdos merecem ser felizes com os seus sonhos. É uma etapa que marca significativamente. Nestas idades, eles ainda vivem a idade da inocência, dos sonhos e dos projectos, do jogo pelo jogo. São extremamente competitivos entre eles, mas são puros nas motivações. Estão em fase de iniciação, a partir daqui a exigência será maior, mais complexa, mas pelo menos já terão saboreado o gosto da vitória. Isso é muito importante na formação.

DS – A propósito de formação, como está o futebol infantil algarvio, em termos globais ?
ET – Só posso dizer que está a evoluir. Só posso esperar isso. É preciso referir que os infantis do Algarve são os campeões em título do campeonato inter-associações, facto pouco referenciado mas que atesta o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Isto, mesmo considerando que é um escalão com muitas flutuações de qualidade. Aliás, se me permite, aproveito para dizer que a Associação do Algarve merece o reconhecimento pelos resultados obtidos na última época e não só a nível do futebol infantil.

DS – Mas isso é o espelho do futebol infantil algarvio ?
ET – Acho que sim. Claro que há excepções, mas este campeonato reflecte isso mesmo e não só. Nos escalões inferiores já se trabalha em qualidade e existe a preocupação de organizar em qualidade. Basta ver exemplos como Louletano, Quarteirense, Lusitano, Portimonense, Esperança de Lagos, Inter de Almancil, S. Luís e muitos outros que assumiram políticas de formação. Isto apesar das condições quase precárias, de isolamento e de falta de apoio ou financiamento. Apetece dizer que se trabalha com qualidade em condições sem qualidade. No entanto, estou certo que os clubes fazem o que podem.

DS – Apesar disso, considera que se está a construir o futuro?
ET – Só pode ser. Os clubes ou pelo menos alguns dirigentes parecem preocupados com a formação e isso é fundamental para a sobrevivência futebolística dos clubes do Algarve. Hoje estamos a formar jogadores para ver resultados daqui a 8 ou 10 anos. Naturalmente que esse é um trabalho invisível para a maioria dos adeptos, mas é o único caminho.

DS – O Farense já tem uma escola de Futebol ...
ET – Exactamente, e na minha opinião, com dez anos de atraso, no mínimo. Mas o fundamental é ter começado e, neste aspecto, devo referir o professor André Férin como o grande impulsionador de todo o processo. Aliás, julgo haver uma preocupação colectiva nesse sentido, por parte de toda a direcção. Acho até que a escola do Farense está no melhor caminho, quer ao nível de técnicos, quer ao nível de aderências, quer ao nível de resultados. Mas a isso podem responder pessoas mais abalizadas do que eu.

DS – Começam a surgir também outras escolas ...
ET – O que é importante. É um facto que as escolas de futebol devem reunir condições para realizar um trabalho válido. Tal como o Farense, têm surgido outros clubes e organizações com o mesmo objectivo. As escolas de futebol e o desenvolvimento do futebol são extremamente importantes, não só para a evolução dos miúdos, como para o futuro dos clubes e para a própria modalidade. É preciso reflectir que o futebol está a perder praticantes para os desportos radicais e até para outras variantes do futebol ou dos desportos de pavilhão.

DS – Acha que a crise do futebol sénior do Farense pode influenciar os escalões jovens?
ET – Pode. O Farense tem sido a bandeira do Algarve ao mais alto nível do futebol nacional e a situação actual pode condicionar muita coisa. Os miúdos na formação vivem de referências e ídolos e vão procurar essas referências nos clubes de referência, obviamente. Se o Farense deixar de ser referência, naturalmente, vai ser penalizado por isso.

DS – O Futebol juvenil do Farense também não tem sido feliz ultimamente?
ET – Os escalões jovens vivem de fornadas, gerações, como se quiser chamar. Existem flutuações naturais. A verdade é que o farense se mantém nos nacionais em todos os escalões previstos, já há bastante tempo. Isso é o mais importante e o mais difícil. O que interessa fazer uma grande campanha num ano e descer na época seguinte. A capacidade de se manter entre os grandes reflecte o trabalho desenvolvido.

DS – Voltando aos infantis, ao campeonato e ao futuro. Há jogadores com futuro neste Farense?
ET – Claro que há ! Estamos a falar de infantis, de jogadores que hoje são importantes e que amanhã nem por isso. Jogadores que evoluem naturalmente, outros que se perdem, outros que se superam e outros que despertam mais tarde, quer física quer tecnicamente. Nesta fase, o importante é o acompanhamento da evolução e tentar não desperdiçar valores. Devo registar também que tivemos três jogadores na Selecção do Algarve e dois fizeram testes no Sporting. Nesta equipa existem potenciais jogadores, aqueles que não enganam, mas que dependem da evolução e da orientação.

DS – Quais os aspectos mais ou menos interessantes deste campeonato?
ET – O mais interessante, naturalmente o elevado nível de competitividade. O menos interessante, obviamente a arbitragem. E não me refiro á qualidade das arbitragens, refiro-me á ausência de árbitros. Estamos numa competição de jovens em fase inicial, com grandes responsabilidades na Formação ou na Deformação dos jogadores e das pessoas.

DS – O melhor e pior da campanha dos novos campeões ?
ET – Esta é uma equipa de carácter e esse foi o seu principal argumento ao longo da competição. Revejo o jogo com o Quarteirense em Quarteira, como o melhor em termos colectivos. Lembro as fases difíceis em que não sabíamos com que jogadores podíamos contar para o jogo seguinte. Recordo as dificuldades que equipa teve com lesões, doenças e castigos escolares. Recordo a importância das vitórias em Lagos e Vila Real, numa fase de fragilidade da equipa. Não esqueço o apoio incondicional dado aos miúdos por parte dos dirigentes Paulo Cartaxo, Tony Matias e Rui Marguilho, tal como não me esqueço dos pais, praticamente os únicos adeptos presentes e cuja dedicação e apoio nunca é demais salientar. Lembro-me até da derrota com o S. Luís que nos fez pensar que tínhamos hipotecado a época. Mas no fim, o resultado foi positivo e os miúdos mereceram aquela volta ao S. Luís e aquela emoção toda. Só pela sua alegria e pela sua evolução já tinha valido a pena.

11/09/07

2002/03 - INFANTIS A



A ÉPOCA DOS CAMPEÕES

Nesta época registou-se uma alteração na Direcção do SCFarense, com a entrada do Prof. Férin como coordenador do Futebol Juvenil e, consequentemente, com a renovação de todo o quadro do Departamento do Futebol Juvenil.
O Departamento concedeu-me a possibilidade de continuar o trabalho desenvolvido na época anterior, agora na equipa A. Aliás, entendeu-se implementar o regime da rotatividade dos técnicos, ou seja, cada técnico responsável teria de fazer 2 épocas com os mesmos jogadores, iniciando nos B’s, terminando nos A’s e regressando aos B’s para nova sequência.

Para mim, esta era a época para confirmar o trabalho desenvolvido na época anterior e não escondo a expectativa de verificar os resultados. O objectivo seria sempre fazer melhor que na época anterior e registar a evolução individual dos jogadores. Ser treinador do escalão de infantis é uma actividade de extrema complexidade e responsabilidade.

No campo, tinha um novo auxiliar, o Prof. Adriano Machado (Um excelente profissional que pouco tempo depois saiu), dirigentes activos como Paulo Cartaxo e Toni Matias, todos os jogadores transitados e ainda novos elementos como Luís Oliveira, Jorge Santos, Ricardo Ferreira entre outros.

Mantendo um sistema de 1-3-2-1 (Sistema que faço questão de manter porque considero ser o modelo que melhor prepara os jogadores para o futebol 11) e dando continuidade ao trabalho efectuado, a equipa deu resposta adequada em competição e os resultados foram surgindo.

Transcrevo o que reportei na altura: “Esta foi uma época difícil, como todas, mas não me lembro de tantos condicionamentos. Foi uma época especial, porque apesar de tudo, se conseguiu atingir o objectivo final.
Esta foi uma época de confiança na continuidade de um trabalho programado para dois anos. Foi uma época de atritos internos superados. Foi uma época de um plantel de 16 jogadores, cujo desnível qualitativo separava o grupo em 8 (
Grupo referência da equipa: Pedro Eugénio, Luís Oliveira, André Uva, Álvaro Gomes, João Fitas, Tiago Oliveira, Jorge Santos, Luís António). Foi uma época de lesões (Extra futebol), doenças e castigos escolares. Foi uma época de esforço e superação. Foi uma época de condições climatéricas surpreendentemente adversas. Foi uma época de limitações ao nível de condições de trabalho (Utilização da Neves Junior, onde qualquer carga de água tornava impraticável qualquer treino). Foi uma época de quebras e sortes inesperadas. Foi uma época de 3 jogadores na Selecção do Algarve (Pedro Eugénio, Luís Oliveira e André Uva) e 2 Jogadores fizeram testes no Sporting CP (Pedro Eugénio e Luís Oliveira). Foi uma época em que só vivida por dentro se pode avaliar ou quantificar o valor do resultado final. Esta foi a época de uma fornada de jogadores de carácter, de qualidade identificada e de muita esperança, que esperamos não ver desperdiçada.”

Digo sempre que esta foi uma equipa de carácter e esse foi o seu principal argumento ao longo da competição. Revejo o jogo com o Quarteirense em Quarteira, como o melhor em termos colectivos. Lembro as fases difíceis em que não sabíamos com que jogadores podíamos contar para o jogo seguinte. Recordo a importância das vitórias em Lagos e Vila Real, numa fase de fragilidade da equipa. Lembro-me até da derrota com o S. Luís que nos fez pensar que tínhamos hipotecado a época. Mas no fim, o resultado foi positivo e os miúdos mereceram aquela volta ao S. Luís e aquela emoção toda. Só pela sua alegria e pela sua evolução já tinha valido a pena.

O Farense conquistou o campeonato na última jornada com um ponto de avanço sobre o Quarteirense e 2 sobre o Louletano. No ultimo jogo, vencemos o Inter de Almancil, em Almancil, por 4-3. Queriamos terminar o campeonato com dignidade e manter a esperança que o Quarteirense não vencesse em Vila Real. No fim do jogo, a noticia que o Quarteirense tinha perdido o jogo decisivo.

Os Jogadores Campeões: David Farias; Leandro Carracinha; Luís António; Pedro Luís; Luís Dias; Ricardo Cavaco; Luís Arriegas Oliveira; André Uva; João Fitas; Ricardo Ferreira; Tiago Oliveira; Pedro Eugénio; Álvaro “Kiwi” Gomes; Nuno Carvalho; Jorge Santos; Paulo Augusto.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de campeões:


David Farias (Um dos novos elementos. Guarda-Redes em inicio de processos, mas que se superou, muitas vezes contra si próprio.);
Leandro Carracinha (Um dos novos elementos. Guarda-Redes com potencialidades que desistiu de provar capacidades);
Luís António (Elemento proveniente da época anterior. Defesa Direito de confiança e regularidade, manteve-se um miúdo extraordinário.);
João Fitas (Elemento proveniente da época anterior. Um jogador de forte personalidade e disciplina, foi uma aposta ganha como trinco e um dos alicerces da equipa);
André Uva (Elemento proveniente da época anterior. Utilizado a defesa/médio esquerdo, evoluiu a sua capacidade de cobertura e de eficácia defensiva. Revelando grande maturidade, manteve os níveis de evolução e a criar grandes expectativas);
Luís Oliveira (Um dos novos elementos. Um reforço de qualidade acima da média. Um central de classe e maturidade que transformou a equipa dando-lhe segurança, liberdade e confiança para criar. Um valor seguro.);
Álvaro Gomes (Elemento proveniente da época anterior. Era o nosso distribuidor/Avançado. Continuou a ser um jovem predestinado, mas que revelou maiores dificuldades de adaptação aos níveis competitivos. Mas a qualidade técnica não se perde.);
Nuno Carvalho (Elemento proveniente da época anterior. Tal como antes um jogador de emoções, de estatura baixa mas de elevado talento. Revelou dificuldades na transição.);
Tiago Oliveira (Elemento proveniente da época anterior. Repito o que disse: Jogador de distribuição e tecnicista, com capacidade de fazer várias posições, mas irregular na produtividade. Potencialidades não lhe faltam.);
Jorge Santos (Um dos novos elementos. Um avançado tipo que encaixou na perfeição na equipa. Boa técnica, acutilância, bom jogo de cabeça. Acrescentou qualidade e projectou o seu futuro.);
Pedro Eugénio (Elemento proveniente da época anterior. Confirmou as evidências do final da época anterior. Jogou como trinco, central, lateral direito, distribuidor. Polivalência, capacidade de interpretar o jogo, eficácia e qualidade nas acções. Ás vezes apetece-me dizer que eu criei este jogador, mas sei que não é assim. Eles é que se transformam.);
Ricardo Ferreira (Um dos novos elementos. Um falso lento que me despertou a atenção. Após o início da época, queria ir para o S. Luís, fui buscá-lo e disse-lhe que o seu futuro estava no Farense. Curiosamente, não lhe dei todas as oportunidades, porque tinha uma concorrência forte, mas sempre acreditei nas suas potencialidades. Trabalhou e evoluiu, tal como eu esperava.);
Pedro Luís (Elemento proveniente da época anterior. Repito o que disse na época anterior: Um jovem de grande coração, generoso, lutador e empenhado para ultrapassar limitações. Essa generosidade permitiu sempre colmatar dificuldades.)
Paulo Augusto (Elemento proveniente da época anterior. Um extremo veloz e eficaz que deixou grandes expectativas, mas que uma lesão afastou da equipa)
Luís Dias (Um dos novos elementos. Jogador que partiu em desvantagem relativamente aos restantes colegas.);
Ricardo Cavaco (Elemento proveniente da época anterior. Um jogador possante que esperava ver consolidada uma evolução que prometia, como central ou trinco. A concorrência no grupo não lhe deu grandes possibilidades e a desmotivação não ajudou.).

Refiro ainda: João Yuri (Que pena...), Mário Jorge Soares e Rui Barreto

ETaylor

10/09/07

2001/02 - INFANTIS B

















Esta foi a época da minha estreia como treinador numa equipa do Farense. Recordo duas pessoas para o efeito, Luís Barradas e o Sr. Director Gião.
Fiquei responsável pela equipa B e, tal como eu, resolvi começar tudo de novo, com captação e selecção, independentemente da proveniência. Confesso que detesto o exercício de “filtragem” e a dificuldade de escolher os mais aptos. Nestas idades apenas se pode escolher o momento, nunca o futuro. Ou então, apostar na intuição e nas potencialidades. A melhor opção é dar espaço ao tempo e ao desenvolvimento, mas há condicionantes e obediências. Fiz a minha filtragem e escolhi os melhores das opções disponíveis. Graças a Deus, o quadro de opções não era vasto e ainda tivemos de recorrer a alguns elementos excedentes da equipa A (3).

Iniciamos um processo de instalação de uma filosofia de actuação e a um sistema de jogo. Iniciamos um processo de formação técnica/táctica, individual e colectiva, dando espaço á gradualidade. Era preciso preparar a equipa para a competitividade presente, mas principalmente, para a capacidade de resposta no futuro.

Todo o processo de instalação dos novos métodos levou o seu tempo natural de maturação, mas nesta equipa nunca houve pressa, tínhamos o tempo a nosso favor. Tivemos sempre a possibilidade de evoluir de forma adequada. Mesmo considerando, que nestas idades os níveis competitivos são muito elevados entre eles e a paciência é residual.

Ao longo da competição a equipa foi dando resposta ao trabalho desenvolvido, e apesar de determinados desequilíbrios num campeonato de equipas B demasiado desequilibrado, foi dando garantias que numa competição em igualdade de circunstâncias poderia dar uma resposta muito eficaz.

Aceito, que o facto de eu ter de comandar duas equipas e a partir de certa altura o acompanhamento não ter sido tão efectivo como o verificado anteriormente, possa ter influenciado o comportamento da equipa. Mas a resposta foi sempre positiva e o futuro estava na próxima época, onde seriam Á’s e a responsabilidade seria necessariamente outra.

Em apreciação global, o comportamento foi satisfatório, tendo em consideração uma série de condicionantes, e deu-nos boas perspectivas para a época seguinte, onde a diferença de idades não seria obstáculo. De qualquer forma a equipa conseguiu um 6.º lugar, numa competição ganha pelo Portimonense.

Registo ainda, uma boa prestação da equipa no torneio de Ayamonte, só para B’s e um final de época bastante prometedor.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:
Paulo Pinto (Guarda-Redes ainda com idade de escola mas com toda a escola de um grande guarda-redes. Na época seguinte foi defender a equipa B);
Luís António (Defesa Direito – Uma promessa que se afirmou pela generosidade e pelo empenho. Um miúdo extraordinário.);
João Fitas (Um jogador com um carácter que ficará na minha memória, sempre disponível para aprender e evoluir, sempre generoso. Foi o central que a equipa precisava.);
André Uva (Utilizado a defesa/médio esquerdo, com eficácia acima da média. Muito inteligente no seu jogo individual e colectivo. Uma promessa segura);
Miguel Rodrigues (Utilizado como trinco e central. Um jogador que impunha rigor nas suas actuações. Polivalente na sua generosidade e eficaz nas suas acções. Desistiu do futebol com pena minha);
Álvaro Gomes (Era o nosso distribuidor/Avançado. Um jovem predestinado que estava á frente dos restantes. Franzino com um pé esquerdo que compensava o resto. Como Infantil B vi marcar um golo de livre do meio-campo.);
Nuno Carvalho (Um jogador de emoções, de estatura baixa mas de elevado talento. Uma promessa com futuro reservado.);
Tiago Oliveira (Jogador de distribuição e tecnicista, com capacidade de fazer várias posições, mas irregular na produtividade. Apostamos na sua evolução na fase posterior.);
Raul Curvelo (Tal como Paulo Pinto um jovem escola que evoluiu neste escalão. Um avançado puro que precisava de ser conduzido de forma adequada. Apostei comigo próprio que seria um avançado centro de futuro assegurado. Na época seguinte foi jogar na equipa B.);
Pedro Eugénio (Apareceu como avançado e sempre desejou ser avançado. A certa altura disse-lhe que o futebol não é correr e chutar, é jogar. Coloquei-o a trinco na fase final da época e transformou-se. Uma boa promessa para a próxima época, pensei eu e acho que bem.);
Jorge Ramos (Pertencia á equipa A. Era preciso equilibrar a equipa e coloquei-o a trinco. Resultou na perfeição. Mas sabia que não podia contar com ele na época seguinte.);
Iuri Palma (Também pertencia á equipa A. Um esquerdino de enormes potencialidades que podia ajudar. Mas, tal como Jorge Ramos não podia contar com ele na época seguinte.);
Pedro Luís (Um jovem de grande coração, generoso, lutador e empenhado para ultrapassar limitações. Essa generosidade permitiu sempre colmatar dificuldades.)
Paulo Augusto (Um extremo veloz e eficaz que deixou grandes expectativas)

Refiro ainda: Wilson Pires (Guarda-redes, avançado, médio…); Bruno Arsénio; Hugo Joaquim; André Palma; Paulo Inácio; Ricardo Cavaco.

Nota: Foto (Baixo) Torneio de Ayamonte. Foto (Cima) Jogo em Alvor

ETaylor

2001/02 - INFANTIS A


Esta foi uma geração ou “fornada” de excelente qualidade, que não teve a oportunidade de usufruir de estabilidade na preparação inicial que pudesse reunir condições para executar um campeonato à sua dimensão. No entanto, e mais importante, conseguiu-se um trabalho satisfatório para formar jogadores de futuro.

Vítor Mosca foi o técnico que iniciou a época e deparou-se com dificuldades inesperadas, nomeadamente com iniciação tardia de preparação para o campeonato e entrada precoce em competição. Aceleração do processo de “filtragem”, atraso na integração de elementos fundamentais, lesões próprias da idade e outro número de imprevistos. Com tudo isto, a equipa iniciou muito mal a época. Entretanto, ainda antes de terminar a 1.ª volta, Vítor Mosca teve de afastar-se por motivos profissionais e a Direcção do Farense solicitou que eu estendesse o meu contributo a esta equipa, já que era responsável pelos Infantis B.

Com o apoio do Nuno Estevam que se encontrava a trabalhar nos iniciados, tentamos desenvolver um trabalho abrangente nas duas equipas. Este plantel trabalhou com 3 técnicos ao nível físico/atlético, e com 2 técnicos ao nível técnico/táctico, ao longo da época.

Nesta fase produzimos alterações tácticas, estabilizamos um grupo nuclear (Foram filtrados 22 jogadores, utilizados 16 elementos e terminamos a época com um grupo limitado a 12 jogadores), e desenvolvemos todos os factores individuais e colectivos.

Em apreciação global, o comportamento foi satisfatório, apesar de ter ficado aquém das expectativas, considerando as potencialidades e capacidades dos elementos nucleares da equipa. De qualquer forma a equipa conseguiu um 2.º lugar (Entre 12 equipas) e convém registar que na 2.ª volta não perdeu qualquer jogo, cedendo apenas 2 empates (15 Jogos consecutivos sem perder), sendo considerada a melhor equipa pela maioria dos técnicos da competição. Facto que reflecte o trabalho desenvolvido e, principalmente, a qualidade individual dos elementos do plantel.

De registar que esta equipa terminou o campeonato em 2.º Lugar, penalizada pelo número de empates (4 – e curiosamente a equipa com mais empates), que não permitiram a recuperação total no confronto directo com o Lusitano de VRSA que venceu o campeonato com justiça, pela sua regularidade. (Nota: No jogo em casa vencemos o Lusitano por 3-0)

Registo ainda, que esta equipa ficou em 2.º lugar no torneio de Olhão, ao perder na final com o Sporting CP por 1-0; participou com mérito no torneio espanhol e internacional MACAEL (6.º lugar) destinado a Iniciados de 1.º Ano e que participou no torneio Internacional de VRSA (4.º Lugar) em que tivemos de convocar o Guarda-Redes Paulo Pinto, ainda com idade de Escola, e que conquistou um prémio individual pela sua prestação.

Registo ainda, que esta equipa viu convocados para a Selecção do Algarve que obteve o primeiro lugar no inter-associações: Diogo Santos, Tiago Moreno, David Pirralho, Ricardo Pereira e Francisco Maia. E que, Diogo Santos seria transferido para o Sporting CP.

Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta excelente equipa:


Jorge Leitão (Guarda-Redes sem escola específica mas que teve um crescimento bastante interessante);
Luís Girou (Defesa Direito - Na altura, considerando a sua capacidade de reacção, velocidade e eficácia, cheguei a dizer que ele seria um lateral com futuro assegurado);
Francisco Maia (Elemento adaptado a Central. Na altura mencionei em relatório: Excelente quando se adapta ao jogo. Características para central ou para trinco com mobilidade);
Tiago Moreno (Jogador de baixa estatura, mas muito futebol. Foi utilizado a lateral esquerdo e Trinco. Mas resolvemos que a sua melhor posição seria o de Defesa esquerdo pelas suas características);
Ricardo Pereira (Aposta pessoal na posição de trinco. Na altura relatei: Elemento esquerdino tecnicamente evoluído, falso lento com sentido posicional e disciplinado tacticamente. Bom recuperador de bolas, supera flutuações físicas com determinação e empenho. Segurança no passe curto, capacidade no passe médio/longo);
David Pirralho (Um avançado muito importante na equipa, mas que nunca desejou fazer outras posições. Guardo para mim onde ele seria melhor jogador. Na altura mencionei: Elemento forte fisicamente, incisivo, potência de remate e oportuno. Capacidade atlética para desempenhar outras funções, mas sem vocação ou vontade.);
Diogo Santos (Um jogador superior para o escalão, que utilizamos como avançado e distribuidor. Na altura relatei: Elemento esquerdino muito forte tecnicamente; Excelente no 1x1; Capacidade de distribuidor, visão dimensionada. Segurança em todos os tipos de passe; Remate forte e colocado. Jogo de cabeça aceitável. Fisicamente forte apesar de franzino. Elemento evoluído para a idade);
Tiago Cardoso (Jogador de distribuição e tecnicista, com a irreverência própria da idade, mas com dificuldades de afirmação perante o quadro competitivo. Um jogador prejudicado pela qualidade do plantel);
Pedro Chanfana (Um avançado produtivo, de raça e objectividade. Sobre este jogador relatei: Elemento rápido, acutilante, agressivo, determinado, com potência e espontaneidade de remate. É um jogador que só vê a baliza. Forte física e psicologicamente.);
Nuno Gonçalves (Utilizado a central, um jogador prejudicado pela concorrência e pela falta de autoconfiança. Recordo o jogo com o Sporting CP no torneio de Olhão, onde demonstrou todas as suas potencialidades);

Refiro ainda: Damien Contreiras; André Palma; Stefan Djukic

Nota: Na foto as equipas A (Em cima) e B (Em baixo)
ETaylor