Esta foi a época da minha estreia como treinador numa equipa do Farense. Recordo duas pessoas para o efeito, Luís Barradas e o Sr. Director Gião.
Fiquei responsável pela equipa B e, tal como eu, resolvi começar tudo de novo, com captação e selecção, independentemente da proveniência. Confesso que detesto o exercício de “filtragem” e a dificuldade de escolher os mais aptos. Nestas idades apenas se pode escolher o momento, nunca o futuro. Ou então, apostar na intuição e nas potencialidades. A melhor opção é dar espaço ao tempo e ao desenvolvimento, mas há condicionantes e obediências. Fiz a minha filtragem e escolhi os melhores das opções disponíveis. Graças a Deus, o quadro de opções não era vasto e ainda tivemos de recorrer a alguns elementos excedentes da equipa A (3).
Iniciamos um processo de instalação de uma filosofia de actuação e a um sistema de jogo. Iniciamos um processo de formação técnica/táctica, individual e colectiva, dando espaço á gradualidade. Era preciso preparar a equipa para a competitividade presente, mas principalmente, para a capacidade de resposta no futuro.
Todo o processo de instalação dos novos métodos levou o seu tempo natural de maturação, mas nesta equipa nunca houve pressa, tínhamos o tempo a nosso favor. Tivemos sempre a possibilidade de evoluir de forma adequada. Mesmo considerando, que nestas idades os níveis competitivos são muito elevados entre eles e a paciência é residual.
Ao longo da competição a equipa foi dando resposta ao trabalho desenvolvido, e apesar de determinados desequilíbrios num campeonato de equipas B demasiado desequilibrado, foi dando garantias que numa competição em igualdade de circunstâncias poderia dar uma resposta muito eficaz.
Aceito, que o facto de eu ter de comandar duas equipas e a partir de certa altura o acompanhamento não ter sido tão efectivo como o verificado anteriormente, possa ter influenciado o comportamento da equipa. Mas a resposta foi sempre positiva e o futuro estava na próxima época, onde seriam Á’s e a responsabilidade seria necessariamente outra.
Em apreciação global, o comportamento foi satisfatório, tendo em consideração uma série de condicionantes, e deu-nos boas perspectivas para a época seguinte, onde a diferença de idades não seria obstáculo. De qualquer forma a equipa conseguiu um 6.º lugar, numa competição ganha pelo Portimonense.
Registo ainda, uma boa prestação da equipa no torneio de Ayamonte, só para B’s e um final de época bastante prometedor.
Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:
Paulo Pinto (Guarda-Redes ainda com idade de escola mas com toda a escola de um grande guarda-redes. Na época seguinte foi defender a equipa B);
Luís António (Defesa Direito – Uma promessa que se afirmou pela generosidade e pelo empenho. Um miúdo extraordinário.);
João Fitas (Um jogador com um carácter que ficará na minha memória, sempre disponível para aprender e evoluir, sempre generoso. Foi o central que a equipa precisava.);
André Uva (Utilizado a defesa/médio esquerdo, com eficácia acima da média. Muito inteligente no seu jogo individual e colectivo. Uma promessa segura);
Miguel Rodrigues (Utilizado como trinco e central. Um jogador que impunha rigor nas suas actuações. Polivalente na sua generosidade e eficaz nas suas acções. Desistiu do futebol com pena minha);
Álvaro Gomes (Era o nosso distribuidor/Avançado. Um jovem predestinado que estava á frente dos restantes. Franzino com um pé esquerdo que compensava o resto. Como Infantil B vi marcar um golo de livre do meio-campo.);
Nuno Carvalho (Um jogador de emoções, de estatura baixa mas de elevado talento. Uma promessa com futuro reservado.);
Tiago Oliveira (Jogador de distribuição e tecnicista, com capacidade de fazer várias posições, mas irregular na produtividade. Apostamos na sua evolução na fase posterior.);
Raul Curvelo (Tal como Paulo Pinto um jovem escola que evoluiu neste escalão. Um avançado puro que precisava de ser conduzido de forma adequada. Apostei comigo próprio que seria um avançado centro de futuro assegurado. Na época seguinte foi jogar na equipa B.);
Pedro Eugénio (Apareceu como avançado e sempre desejou ser avançado. A certa altura disse-lhe que o futebol não é correr e chutar, é jogar. Coloquei-o a trinco na fase final da época e transformou-se. Uma boa promessa para a próxima época, pensei eu e acho que bem.);
Jorge Ramos (Pertencia á equipa A. Era preciso equilibrar a equipa e coloquei-o a trinco. Resultou na perfeição. Mas sabia que não podia contar com ele na época seguinte.);
Iuri Palma (Também pertencia á equipa A. Um esquerdino de enormes potencialidades que podia ajudar. Mas, tal como Jorge Ramos não podia contar com ele na época seguinte.);
Pedro Luís (Um jovem de grande coração, generoso, lutador e empenhado para ultrapassar limitações. Essa generosidade permitiu sempre colmatar dificuldades.)
Paulo Augusto (Um extremo veloz e eficaz que deixou grandes expectativas)
Refiro ainda: Wilson Pires (Guarda-redes, avançado, médio…); Bruno Arsénio; Hugo Joaquim; André Palma; Paulo Inácio; Ricardo Cavaco.
Fiquei responsável pela equipa B e, tal como eu, resolvi começar tudo de novo, com captação e selecção, independentemente da proveniência. Confesso que detesto o exercício de “filtragem” e a dificuldade de escolher os mais aptos. Nestas idades apenas se pode escolher o momento, nunca o futuro. Ou então, apostar na intuição e nas potencialidades. A melhor opção é dar espaço ao tempo e ao desenvolvimento, mas há condicionantes e obediências. Fiz a minha filtragem e escolhi os melhores das opções disponíveis. Graças a Deus, o quadro de opções não era vasto e ainda tivemos de recorrer a alguns elementos excedentes da equipa A (3).
Iniciamos um processo de instalação de uma filosofia de actuação e a um sistema de jogo. Iniciamos um processo de formação técnica/táctica, individual e colectiva, dando espaço á gradualidade. Era preciso preparar a equipa para a competitividade presente, mas principalmente, para a capacidade de resposta no futuro.
Todo o processo de instalação dos novos métodos levou o seu tempo natural de maturação, mas nesta equipa nunca houve pressa, tínhamos o tempo a nosso favor. Tivemos sempre a possibilidade de evoluir de forma adequada. Mesmo considerando, que nestas idades os níveis competitivos são muito elevados entre eles e a paciência é residual.
Ao longo da competição a equipa foi dando resposta ao trabalho desenvolvido, e apesar de determinados desequilíbrios num campeonato de equipas B demasiado desequilibrado, foi dando garantias que numa competição em igualdade de circunstâncias poderia dar uma resposta muito eficaz.
Aceito, que o facto de eu ter de comandar duas equipas e a partir de certa altura o acompanhamento não ter sido tão efectivo como o verificado anteriormente, possa ter influenciado o comportamento da equipa. Mas a resposta foi sempre positiva e o futuro estava na próxima época, onde seriam Á’s e a responsabilidade seria necessariamente outra.
Em apreciação global, o comportamento foi satisfatório, tendo em consideração uma série de condicionantes, e deu-nos boas perspectivas para a época seguinte, onde a diferença de idades não seria obstáculo. De qualquer forma a equipa conseguiu um 6.º lugar, numa competição ganha pelo Portimonense.
Registo ainda, uma boa prestação da equipa no torneio de Ayamonte, só para B’s e um final de época bastante prometedor.
Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:
Paulo Pinto (Guarda-Redes ainda com idade de escola mas com toda a escola de um grande guarda-redes. Na época seguinte foi defender a equipa B);
Luís António (Defesa Direito – Uma promessa que se afirmou pela generosidade e pelo empenho. Um miúdo extraordinário.);
João Fitas (Um jogador com um carácter que ficará na minha memória, sempre disponível para aprender e evoluir, sempre generoso. Foi o central que a equipa precisava.);
André Uva (Utilizado a defesa/médio esquerdo, com eficácia acima da média. Muito inteligente no seu jogo individual e colectivo. Uma promessa segura);
Miguel Rodrigues (Utilizado como trinco e central. Um jogador que impunha rigor nas suas actuações. Polivalente na sua generosidade e eficaz nas suas acções. Desistiu do futebol com pena minha);
Álvaro Gomes (Era o nosso distribuidor/Avançado. Um jovem predestinado que estava á frente dos restantes. Franzino com um pé esquerdo que compensava o resto. Como Infantil B vi marcar um golo de livre do meio-campo.);
Nuno Carvalho (Um jogador de emoções, de estatura baixa mas de elevado talento. Uma promessa com futuro reservado.);
Tiago Oliveira (Jogador de distribuição e tecnicista, com capacidade de fazer várias posições, mas irregular na produtividade. Apostamos na sua evolução na fase posterior.);
Raul Curvelo (Tal como Paulo Pinto um jovem escola que evoluiu neste escalão. Um avançado puro que precisava de ser conduzido de forma adequada. Apostei comigo próprio que seria um avançado centro de futuro assegurado. Na época seguinte foi jogar na equipa B.);
Pedro Eugénio (Apareceu como avançado e sempre desejou ser avançado. A certa altura disse-lhe que o futebol não é correr e chutar, é jogar. Coloquei-o a trinco na fase final da época e transformou-se. Uma boa promessa para a próxima época, pensei eu e acho que bem.);
Jorge Ramos (Pertencia á equipa A. Era preciso equilibrar a equipa e coloquei-o a trinco. Resultou na perfeição. Mas sabia que não podia contar com ele na época seguinte.);
Iuri Palma (Também pertencia á equipa A. Um esquerdino de enormes potencialidades que podia ajudar. Mas, tal como Jorge Ramos não podia contar com ele na época seguinte.);
Pedro Luís (Um jovem de grande coração, generoso, lutador e empenhado para ultrapassar limitações. Essa generosidade permitiu sempre colmatar dificuldades.)
Paulo Augusto (Um extremo veloz e eficaz que deixou grandes expectativas)
Refiro ainda: Wilson Pires (Guarda-redes, avançado, médio…); Bruno Arsénio; Hugo Joaquim; André Palma; Paulo Inácio; Ricardo Cavaco.
Nota: Foto (Baixo) Torneio de Ayamonte. Foto (Cima) Jogo em Alvor
ETaylor
ETaylor
2 comentários:
É de louvar o vosso trabalho como treinadores, nestas camadas jovens.
Os juniores do farense estão de parabéns, sim senhor!!
Mas...
Em grande verdade, se lhe diga, pode-se agradecer a alguns resistentes (mas poucos...)desta equipa de infantis, porque se não fosse os forasteiros e mais alguns miudos "farenses" que quiseram representar este emblema digno desta cidade dificilmente fariam esta façanha.
Eu digo "miudos farenses" porque estes "alguns", na altura só fizeram um só treino de captação (ver Nota) e foram mandados para casa e que não aparecessem mais porque o mister só contava com os miudos do ano anterior.
Pois para sua informação, alguns destes miudos rejeitados por si hoje, subiram o Farense à 1ª divisão Nacional,
Sei do que estou a falar porque senti na pele, ver o meu filhote de 12 anos triste e a chorar.
E... a verdade é como o azeite vem sempre ao de cima, passados 2 anos foram buscá-lo ao clube vizinho desta cidade (aquando a sua rejeição) e só o autorizei a ingressar no Farense porque foi o Mister que o tinha treinado nesse ano em infantis (nesse clube vizinho)e que já o conhecia e sabia das suas qualidades...
Joguei futebol e sei que existem muitas injustiças neste meio, mas oportunidaes todos temos que dar mesmo aqueles que por ventura na primeira analise não nos possam mostrar qualidades...
Nota: O treino de captação na altura (eu presenciei) para estes infantis foram umas voltas ao campo (Esc. Neves Júnior)e "umas trocas de passes" entre eles, não se realizando nenhuma peladinha e só com isto bastou p/ verem que certos e determinados miudos não tinham aptidões para o futebol, sinceramente!!!!
Fica aqui desde já o meu reparo.
Cumprimentos
Meu caro
Peço desculpa mas fui eu que dispensei o seu filho? É que sempre tive receio de dispensar miúdos porque no futebol tudo se transforma em pouco tempo e mesmo pressionado pela Direcção para diminuir o numero de elementos, sempre fui dos mais resistentes.
E dispensar com um treino só? e apenas passes? É que nós destinavamos 12 treinos para captação e testavamos passe, técnica individual, cabeceamento, remate etc.
Obviamente que tive de tomar decisões e não sou infalível nas apreciações, aceito até que alguém possa estar magoado comigo e me considere injusto. Posso garantir no entanto, que nunca o fiz por maldade ou por interesses mesquinhos. É sempre complicado chamar um miúdo e dizer-lhe não, e tive de faze-lo, embora não muitas vezes.
Se por acaso fui injusto com o seu filho, acredite que não foi por mal e ainda bem que ele demonstrou que eu estava errado.
ETaylor
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