Após uma época de interregno, por razões pessoais, o regresso á equipa B, para iniciar um novo percurso. Novo ciclo directivo, as mesmas dificuldades, de um clube que não desiste, que não disfarça o seu momento e que mantém o empenhamento.
Neste novo ciclo e tal como em épocas anteriores, competia-me trabalhar a formação de praticantes e contribuir para a evolução colectiva (Clube) e individual (Jogadores). Ou seja, iniciar um processo de transição para a competitividade.
Como em épocas anteriores, a minha maior dificuldade residia e reside, na implementação de um novo sistema de jogo. A maioria, senão a totalidade, joga de forma diversa, nomeadamente ao nível de Escolas. Eu considero-me um formador e como tal, tenho como objectivo preparar jogadores para as etapas seguintes. Para mim, o sistema 1.3.2.1 em futebol 7, é aquele que mais condições oferece, aos praticantes, para melhor integração no futebol 11. Tal como sei que é o sistema com maiores exigências de trabalho e elevado período temporal de adaptação ou aplicação. Mas a minha opção é esta e o histórico sustenta esta opção.
No campo, contava agora com o apoio do Nehuen Crespi, que funcionava como adjunto e dirigente.
Para resumir a época de trabalho, devemos assinalar o seguinte: Na primeira volta conseguimos 2 vitórias, na segunda volta consentimos 2 derrotas. Facto que traduz o trabalho desenvolvido, facto que confirma a lentidão da aplicação do sistema, facto que confirma o sucesso da aplicação.
Mas para isso, é necessário trabalho em competição e esta divisão (2.ª Divisão A que não é mais do que a 1.ª Divisão dos Infantis B) teve paragens prolongadas que condicionaram a evolução natural. Para o efeito, a participação no Mundialito em VRSA, fez recuperar níveis competitivos essenciais, bem como a participação no torneio de VRSA.
O principal objectivo era preparar um conjunto de elementos para formar um conjunto de jogadores que suportassem uma equipa. Aumentar níveis de auto-estima, estimular técnicas individuais, instalar competitividade e disciplina colectiva e, ainda, criar “hábitos de vitória”. Com maior ou menor dificuldade, conseguiram-se objectivos concretos num projecto que previa e prevê 2 anos. Faltava a confirmação dos valores introduzidos.
O trabalho desenvolvido e os jogadores disponíveis geravam expectativas interessantes para a competição da nova época. Onde, a questão da diferença de idades não seria o obstáculo principal. Neste aspecto (idades), chegou a ser injusta a competição de equipas B, devido á utilização de jogadores A, em determinados jogos e em jogos determinantes, nomeadamente contra nós. Mas é esta a competição e são estas as regras do jogo. E o SCFarense sabia disso.
Apesar da recuperação, a Equipa consegue a 6.ª posição em B’s, só com B´s, e deixava fortes expectativas em relação á próxima época. No entanto, os Infantis A (Parece sina minha), não conseguiram a permanência na 1.ª Divisão.
Com isso e mais uma vez, a equipa que tinha atingido níveis competitivos bastante interessantes e gerado fundadas expectativas, iria disputar a 2.ª Divisão. Resta esperar que consigam o regresso.
O MUNDIALITO 07
O SCFarense foi convidado para participar na XIV Edição do Mundialito de Futebol 7, no escalão de Infantis B, realizado em VRSA. Era um convite que não podíamos recusar, devido á importância que representava para os jovens praticantes. Afinal de contas, a competição reunia mais de 100 equipas de vários escalões e de vários países. Era o centro do mundo do futebol infantil.
Participamos no Grupo 18, com o Sporting CP, o JBLL da Jordânia, o Cacilhas Tejo e o Ginásio Clube de Tavira. Os resultados não foram extraordinários, mas a competição foi extremamente útil. 1 Vitória, 1 empate e 2 derrotas ditaram o nosso afastamento do Quadro A. Repescados para o Quadro B (A eliminar) defrontamos o Beira Mar de Monte Gordo e nos Quartos-de-final a equipa do Geração Benfica de Lagoa. Registo este jogo, porque espelhou as fragilidades e as qualidades da equipa ao longo da competição (Excepção feita ao jogo com o Sporting CP): Entrada em jogo com demasiadas fragilidades, falta de concentração, de iniciativa e de conjunto. 3-0 a abrir. Recuperação de confiança, reorganização colectiva, eficácia nas acções e…4-4. Depois, o árbitro resolveu marcar uma penalidade inexistente em cima da hora, quando todos se preparavam para as grandes penalidades. Penalidade suprema.
No essencial, apesar das derrotas, das injustiças e dos nossos erros, ficou uma equipa conquistada pelo seu próprio esforço. Foi uma etapa importante na época e ajudou a cimentar princípios colectivos. Certamente importante, individual e colectivamente.
Faço registo, porque mais importante, dos elementos que fizeram parte desta equipa de promessas:
Marco Bento (Guarda-Redes com enormes potencialidades. O trabalho progressivo e melhores níveis de concentração…);
Ricardo Chumbinho (Guarda-Redes com trabalho de base, a solicitar trabalho em continuidade);
Fernando Nóbrega (Fisicamente desenvolvido para o escalão, evidenciou também grande maturidade no comportamento que o fez eleger como Capitão da equipa. Elemento de grande disponibilidade e aplicação, com enorme vontade de evoluir. Pelas suas características definimos a sua colocação como central ou trinco, mais esta do que aquela. Implementamos plano técnico de correcção e desenvolvimento e a evolução foi satisfatória. Esta era uma etapa de muitas outras. Forte expectativa nas épocas seguintes.);
Pedro Vicente “Pepo” (Jogador de irreverências com potencial vincado. Utilizado como lateral direito, tem características de extremo com capacidade de cobertura. A aposta para a próxima temporada será manter elevado e constante o seu rendimento. Potencialidades não lhe faltam e as exigências serão mais elevadas.);
Gabriel Santos “Gabri” (Avançado de grande utilidade e objectividade. Forte no 1x1 em progressão e eficácia em zona de finalização. Fortes expectativas para as épocas seguintes com correcção de picos de produção acentuados.);
Gianni Valério (Esquerdino de grande qualidade técnica, que gosta do jogo da bola e algumas vezes se esquece de jogar futebol. Na próxima época o objectivo é disciplinar o seu jogo e conduzir a sua evolução de forma adequada. A formação não é uma etapa, são várias etapas.);
Pedro Martins (Jogador com muitas ausências que limitaram evolução. Dificuldades de adaptação á posição escolhida, ainda falta descobrir a posição de melhor rendimento (Defensiva/Ofensiva). A sua força de remate não pode ser único argumento e vamos trabalhar de forma a desenvolver o melhor das suas capacidades.);
Manuel Caldeira (Jogador disciplinado tacticamente com características de central. Esta época foi prejudicado por fazer apenas 2 treinos semanais com dificuldade em acompanhar o ritmo dos companheiros e da própria competição. Na fase final da época, com outro ritmo e adaptação deu indicações reais das suas capacidades. Bom jogo de cabeça, remate colocado e grandes expectativas para a próxima época.);
Rafael Ramos “Rafa” (Esquerdino de grande utilidade, disciplina táctica, raça e empenho. Explora todas as suas capacidades e demonstra interesse em corrigir. Só lhe resta crescer naturalmente, tanto física como tecnicamente.);
Rudi Barreto (Avançado de eficácia em raio de acção reduzido. Características de Avançado fixo. Revelou dificuldades na mobilidade que o sistema utilizado exigia, desistiu de lutar e ganhou peso. Na próxima época, estou certo, vamos recuperar níveis de confiança e obter resultados.);
João Campina (Esquerdino com potencialidades técnicas que é preciso “dinamitar”. Muitas ausências que condicionaram o seu desenvolvimento. Falta de confiança nas suas capacidades e muita “juventude” competitiva para o escalão. Identificados os condicionalismos vamos continuar a trabalhar a evolução.);
André Águas (Utilizado como central, evidenciou qualidades na função de central protegido (Libero). Dificuldades de jogo sob pressão, que só a prática corrige. Inteligente, disciplinado e prático, precisa de ganhar confiança e desenvolvimento técnico para a posição. Na próxima época vamos trabalhar por cima do que se fez esta época e registar progressos.);
João Caninas (Avançado em mobilidade, disciplinado, com utilidade como lateral (Extremo). Aposta ganha na posição escolhida. Versatilidade, velocidade pura, agilidade, técnica em construção e alguma ingenuidade. Esta época vamos trabalhar a continuidade, a auto-estima, a eficácia e… o resto.);
Bruno Novais (Lateral direito de grande utilidade e eficácia. Disciplinado tacticamente, velocidade de execução e de recuperação. Ausência notada por lesão. Um lateral em potência que vai continuar a progredir, seguramente.);
João Santos (Jogador de qualidade técnica, com orientação técnica direccionada para funções de distribuição e lateral. Dificuldades de adaptação a níveis de exigência, apenas na fase final da época começou a acreditar nas suas possibilidades. Na próxima época, estou certo, a abordagem competitiva será mais eficaz e os resultados vão confirmar potencialidades.);
André Filipe (Jogador polivalente utilizado como central, trinco e distribuidor. Grande capacidade de trabalho e eficácia nas funções atribuídas. Dificuldades no controlo de emoções que prejudicam concentração. Vamos trabalhar consistências e confirmar expectativas.).
Tiago Mendonça (Jogador polivalente, de grande qualidade e disciplina táctica, de grande maturidade futebolística e muito importante na estrutura da equipa. Utilizado como distribuidor e trinco, foi essencialmente um “box to box” de elevada eficácia. Para a próxima época vamos manter exigências e corrigir eficácias (Bolas aos postes… não é Tiago?);
Ricardo Martins (Jogador de grande empenho, disponibilidade e vontade de melhorar. A sua evolução foi evidente e a próxima época deverá confirmar isso mesmo.);
Diogo Morais (Avançado de qualidade técnica e grandes potencialidades. Ausências frequentes e prolongadas condicionaram a sua evolução. A próxima época reserva grandes expectativas, assim seja a sua assiduidade e regularidade. Com trabalho regular, certamente vai confirmar potencialidades).
João Jacob (Esquerdino a quem faltou escola de competição para tanto empenho. 2 vezes convocado, 2 vezes não utilizado, sem palavras de desconforto ou revolta. Desiludido!? certamente. Vamos continuar a trabalhar Jacob.).
Refiro ainda: Ricardo Santos (Saiu muito cedo do grupo), Daniel, Igor e Adriano (Sem possibilidade de utilização)
Nota: Fotos em VRSA - Mundialito e Campeonato
ETaylor