21/09/09

FARENSE NÃO VAI INSCREVER INFANTIS (4)

Objectivamente, e pelo que me é dado a conhecer, o motivo que levou a Direcção do Farense a extinguir o escalão de Infantis, prende-se com o facto da ausência de número significativo de jogadores que pudessem suportar a constituição de uma equipa de Infantis, apesar da presença de elementos provenientes de equipas anteriores. Reforçou a decisão o facto de vários elementos do quadro de jogadores dos Infantis e das Escolas terem preferido outros clubes ou acompanhar técnicos desavindos noutros clubes ou escolas.

Sinceramente, não reconheço possibilidades disso acontecer se houvesse vontade de contrariar intenções. Sinceramente não acredito que plantéis acompanhem treinadores se houvesse uma nova política desportiva por parte do Clube. Sinceramente, custa acreditar que o Farense não tenha capacidade para contrariar esta situação.

Reza a história que Nuno Estevam, treinador dos Infantis B da época passada (que seriam Infantis A esta época para disputar o campeonato), foi dispensado pela anterior direcção, na pessoa do Sr. Gião, então responsável pelo futebol de formação. Nuno Estevam, técnico com conhecimentos e extremamente empenhado e organizado nos processos em que se envolve, mas pessoa de difícil relacionamento e demasiado inflexível para conviver em grupo, não aceitou facilmente a decisão e a forma como foi promovida.

Dada a proximidade com os jogadores e com os pais (trabalhou com a equipa vários anos e por isso é que defendo que um treinador deve trabalhar no mínimo e no máximo 2 anos consecutivos com os mesmos jogadores), a situação motivou insatisfação e óbvia contestação por parte da “comunidade de pais” e exclusivos apoiantes e financiadores das equipas infantis.

É preciso recordar que os técnicos dos escalões de Infantis nas últimas épocas, tiveram que tomar iniciativas organizativas próprias, para sobrevivência do escalão, pelas dificuldades evidentes do Clube em dar resposta ás necessidades dos escalões. Essas dificuldades originaram autonomias diversas, tanto ao nível de organização, como na criação de receitas. No fundo, o escalão de Infantis tornou-se autónomo em termos de sustentabilidade e nos meios utilizados para o efeito. Na minha última época já tinha sido assim, mas sempre defendi uma ligação forte e dependência ao Clube.

No início desta época, com nova direcção no Clube e com novo comando técnico para dirigir os infantis, verificou-se o desmembramento da equipa anterior e um número muito limitado de presenças.

Nuno Estevam terá ido para o CD Montenegro e com ele tinham seguido vários elementos, mas não todos.

Para agravar a situação, o técnico responsável pelas Escolas A (que seriam os infantis B desta época) João Pereira, decidiu transferir-se para a Escola de futebol ligada ao Benfica: Geração de Génios de Portela e Jorge Soares. Com ele foram a maioria se não a totalidade dos jogadores. Neste caso, não tenho conhecimento de razões ou motivações, mas não me revejo no princípio.

Simplesmente no futebol de formação vale tudo e o SC Farense não tem demonstrado capacidade para conter os cenários. E continuo a defender que nem tudo foi feito.

A seguir a versão de Nuno Estevam
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ETaylor

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